Comportamentos Lúdicos entre Crianças do Nordeste do Brasil:

Categorização de Brincadeiras

Autores

  • Ana Karina Santos Universidade de São Paulo
  • Álvaro Machado Dias Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Brincadeiras, Desenvolvimento Infantil, Desenvolvimento Social, Comunidade Rural

Resumo

Este artigo visa categorizar as brincadeiras das crianças de um povoado rural do nordeste do Brasil. Foram observadas individualmente 32 crianças entre dois e 12 anos, de ambos os sexos, brincando em ambiente livre, em sessões de cinco minutos. A categoria de ‘brincadeiras simbólicas’ foi a mais observada (49%). Os temas das brincadeiras simbólicas estavam predominantemente atrelados ao modo de vida local. Diferenças de gênero foram observadas e analisadas. Os dados sugerem que meninas brincam mais simbolicamente, enquanto as brincadeiras dos meninos são mais variadas. A relação entre brincadeira e contexto baseia-se no aproveitamento das potencialidades que o ambiente oferece para o desenvolvimento da criança caracterizando as relações entre aspectos particulares de cada ambiente e as atividades lúdicas desenvolvidas. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Altmann, J. (1974). Observational study of behaviour: Sampling methods. Behaviour, 49, 227-267.
Archer, J. (1992). Childhood gender roles: Social context and organization. Em H. McGur (Ed.), Childhood social development: contemporary perspectives (pp. 31-61). Hove, U.K.: Lawrence Erlbaum Associates.
Bekoff, M., & Allen, C. (1998). Intentional communication and social play: how and why animals negotiate and agree to play. Em M. Bekoff, & J. A. Byers (Eds.), Animal play (pp. 97-114). Cambridge. UK: Cambridge University Press.
Bekoff, M., & Byers, J. A. (1998). Play: evolutionary, comparative and ecological perspectives. Cambridge, UK: Cambridge University Press.
Bichara, I. D. (1994). Um estudo etológico da brincadeira de faz-de-conta em crianças de três a sete anos. Tese de doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo.
Bichara, I. D. (1999). O faz-de-conta das crianças Xocó e do Mocambo (Porto da Folha /SE). Temas em Psicologia, 7, 57-64.
Bichara, I. D. (2001). Brincadeiras de meninos e meninas: Segregação e estereotipia em episódios de faz-de-conta. Temas em Psicologia, 9, 19-28.
Bjorklund, D. F. (1997). The role of immaturity in human development. Psychological Bulletin, 122, 153-169.
Bjorklund, D. F. (2002). The origins of human nature: evolutionary developmental psychology. Washington, DC: American Psychological.
Black, B. (1989). Interactive pretense: Social and symbolic skill in preschool in play groups. Merril-Palmer Quarterly, 35, 379-397.
Bornstein, M. H., Haynes, M., Pascual, L., Painter, K. M., & Galperin, C. (1999). Play in two societies: pervasiveness of process, specificity and structure. Child Development, 70, 317-331.
Brougère, G. (1998). A criança e a cultura lúdica. Revista da Faculdade de Educação, 24, 103-116.
Burghardt, G. M. (1999). Conceptions of play and the evolution of animal minds. Evolution and Cognition, 5, 115-123.
Buss, M. D. (2005). The Handbook of Evolutionary Psychology. USA: Wiley.
Carvalho, A. M. A., & Pontes, F. A. R. (2003). Brincadeira é cultura. Em A. M. A. Carvalho, C. M. C. Magalhães, F. A. R. Pontes, & I. D. Bichara (Orgs.), Brincadeira e cultura: viajando pelo Brasil que brinca (pp.15-30). São Paulo: Casa do Psicólogo.
Ehrmann, J., Lewis, C., & Lewis, P. (1968). Homo ludens revisited. Yale French Studies, 41, 31-57.
Eibl-Eibsfeldt, I. (1989). Human Ethology. New York: Aldine de Grutier.
Fagen, R. (1981). Animal play behavior. Oxford: Oxford University Press.
Farver, J. A. M. (1999). Activity setting analysis: a model for examining the role of culture in development. Em A. Göncün (Ed.), Children’s engagement in the world: Sociocultural perspectives (pp. 99-127). New York: Cambridge.
Gosso, Y. (2005). Pexe oxemoarai: brincadeiras infantis entre os índios Parakanã. Tese de doutorado. Universidade de São Paulo, São Paulo.
Gosso, Y., & Otta, E. (2003). Na aldeia Parakanã. Em A. M. A. Carvalho; C. M. C. Magalhães, F. A. R. Pontes, & I. D. Bichara (Orgs.), Brincadeira e cultura: viajando pelo Brasil que brinca (p.33-76). São Paulo: Casa do Psicólogo.
Gosso, Y., Otta, E., Morais, M. L., Ribeiro, F., & Bussab, V. S. R. (2005). Play in hunter-gatherer society. Em A. D. Pellegrini, & P. K. Smith (Eds.), The nature of play: Great apes and humans (pp. 213-254). New York: Guilford.
Göncün, A., Tuermer, U., Jain, J., & Johnson, D. (1999). Children’s play as cultural activity. Em A. Göncün (Org.), Children’s engagement in the world, sociocultural perspectives (pp. 148-170). New York: Cambridge.
Haight, W. L., Wang, X., Fung, H. H., Williams, K., & Mintz, J. (1999). Universal, developmental and variable aspects of young children’s play: A cross-cultural comparison of pretending at home. Child Development, 70, 1477-1488.
Huizinga, J. (1971/2000). Homo Ludens. São Paulo: Perspectiva.
Johnson, J. E., Christie, J. F., & Yawkey, T. D. (1999). Play and early childhood development. USA: Longman.
Meaney, M. J., Stewart, J., & Beatty, W. W. (1985). Sex differences in social play: the socialization of sex roles. Advances in the Study of Behavior, 15, 1-56.
Morais, M. L. S. (2004). Conflitos e(m) brincadeiras infantis: diferenças culturais e de gênero. Tese de doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo.
Moraes, M. S. & Carvalho, A. M. A. (1994). Faz-de-conta: temas, papéis e regras na brincadeira de crianças de quatro. Boletim de Psicologia, 100/101, 21-30.
Moraes, M. S. & Otta, E. (2003). Entre a serra e o mar. Em A. M. A. Carvalho, C. M. C. Magalhães, F. A. R. Pontes, & I. D. Bichara (Orgs.), Brincadeira e cultura: viajando pelo Brasil que brinca (pp.127-156). São Paulo: Casa do Psicólogo.
Oke, M., Khattar, A., Pant, A. K. P. & Saraswathi, T. S. (1999). A profile of children’s play in urban India. Childhood, 6, 207-219.
Parker, S. T. (1984). Playing for keeps: An evolutionary perspective on human games. Em P. K. Smith (Ed.), Play in animals and humans (pp. 271-293). Oxford, UK: Basil Blackwell.
Pellegrini, A. D. (2002). Rough-and-toumble play from childhood through adolescence: development and possible functions. Em P. K. Smith, & C. H. Hart (Eds.), Handbook of childhood social development (pp. 438-453). Oxford, England: Blackwell.
Pellegrini, A. D., & Bjorklund, D. F. (2004). The ontogeny and phylogeny of children’s object and fantasy play. Human Nature, 15(1), 23-43.
Pellegrini, A. D., & Smith, P. K. (1998). The development of play during childhood: forms and possible functions. Child psychology & psychiatr, 3 (2), 51-57.
Piaget, J. (1971). A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar.
Power, T. G. (2000). Play and exploration in children and animals. Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum Associates.
Ribeiro, F. J. L., Bussab, V. S. R., & Otta, E. (2005). Brincadeira e autocuidado: as funções da infância [Resumo]. Em Sociedade Brasileira de Psicologia do Desenvolvimento (Org.), Anais do V Congresso Brasileiro de Psicologia do Desenvolvimento (p. 27). São Paulo: SBPD.
Rosenberg, A. (1990). Is there an evolutionary biology of play? Em M. Bekoff, & D. Jamieson (Eds.), Interpretation and explanation in the study of animal behavior, Vol. 1: Interpretation, intentionality, and communication (pp. 180-196). Boulder, CO: Westview Press.
Seild de Moura, M. L. (2006). Bases para uma psicologia do desenvolvimento sociocultural e evolucionista. Em F. A. R. Pontes, C. M. C. Magalhães, R. C. S. Brito, & W. L. B. Martin (Orgs.), Temas pertinentes à construção da psicologia contemporânea (pp.15-42). Pará: EDUPA.
Silva, L. I. da C., Pontes, F. A. R., Magalhães, C. M. C., Baia da Silva, S. D., & Bichara, I. D. (2005). Diferenças de gênero(s) nos grupos de brincadeira na rua: elementos para pensar a hipótese de aproximação cultural. Psicologia: Reflexão e Crítica, 19, 114-121.
Spinka, M., Newberry, R. C., & Bekoff, M., (2001). Mammalian play: training for the unexpected. The quarterly review of biology, 2, 141-168.
Smith, P. K. (1982). Does play matter? Functional and evolutionary aspects of animal and human play. Behavioral and Brain Science, 5, 139-184.
Smith, P. K., Cowie, H., & Blades, M. (1998). Understanding Children’s Development. Oxford: Blackwell Publishers.
Smith, P. K. & Dosdsworth, C. (1978). Social class differences in the fantasy play of preschool children. The Journal of Genetic Psychology, 133, 183-190.
Sutton-Smith, B. (1986). Toys as culture. New York: Gardner Press.
Taylor, M., & Carlson, M. S. (1997). The Relation between individual differences in fantasy and theory of mind. Child Development, 68, 436-455.
Tomasello, M., & Call, J. (1997). Primate cognition. New York: Oxford University Press.
Vygotsky, L. (2000). A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes.
Yamamoto, M. E., & Carvalho, A. M. A. (2002). Brincar para que? Uma abordagem etológica ao estudo da brincadeira. Estudos de Psicologia, 10, 163-164.

Downloads

Publicado

2011-02-12

Como Citar

Santos, A. K., & Dias, Álvaro M. (2011). Comportamentos Lúdicos entre Crianças do Nordeste do Brasil:: Categorização de Brincadeiras. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 26(4), 585–594. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistaptp/article/view/17483

Edição

Seção

Estudos Empíricos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)