Arranjos Cognitivos:

Abrangências e Limitações Representacionais

Autores

  • Patrick Wagner de Azevedo Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF)
  • Sylvia Beatriz Joffily Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF)

Palavras-chave:

Arranjos cognitivos, Privação sensorial, Modalidade sensorial remanescente, Modalidade sensorial faltante, Representação mental

Resumo

Este artigo avalia as características quantitativas (dimensões dos campos sensoriais) e qualitativas (padrões configuracionais, qualias e tempo/espaciais) das modalidades sensoriais faltantes e remanescentes e como elas afetam o arranjo cognitivo e a fluência representacional de indivíduos sensorialmente privados (cegos e surdos). Sugere-se que a utilização precoce e maciça do caráter predominantemente configuracional da modalidade sensorial visual, principal modalidade remanescente nos surdos congênitos, iniba a produção representacional nesses indivíduos, enquanto que o uso intensivo e precoce do caráter predominantemente insinuador da modalidade sensorial auditiva, principal modalidade nos cegos congênitos, incentive a produção representacional nesses últimos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Adelson, E., & Fraiberg, S. (1974). Gross motor development in infants blind from birth. Child Development, 45,114-126.
Adrien, J. (1977). Le sommeil du nouveau-né. Em J. Adrien & M. Blanc (Orgs.), La Recherche en Neurobiologie (pp. 165-170). Paris: Editions Du Seuil.
Bach-y- Rita, P. (1972). Brain mechanisms in sensory substitution. New York: Academic Press.
Bach-y-Rita. P., & Sampaio. E. (1995). Substitution sensorielle chez les adultes et les enfants aveugles. Em Y. Christen, M. Doly & M. T. Droy-le-Faix (Eds.), Vision et adaptation (pp. 108-116). Paris: Elsevier.
Batista, C. G. (2005). Formação de conceitos em crianças cegas: questões teóricas e implicações educacionais. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 21, 7-15.
DeCasper, A. J., & Fifer W. P. (1980). Of human bonding: Newborns prefer their mother’s voice. Science, 208, 1174-1176.
DeCasper, A. J., & Prescott P. A. (1984). Human newborn’s perception of male voices, preference, discrimination, and reinforcing value. Developmental Psychobiology, 17, 481- 491.
Fifer, W. P., & Moon, C. M. (1994). The role of mother’s voice in the organization of brain function in the newborn, Acta Paediatrica, 397, 86-93.
Granier-Deferre, C., Shaal, B., & DeCasper A. J. (2004). Les premices foetales de la cognition. Em R. Lécuyer (Org.), Le development du nourrisson (pp. 101-128). Paris: Dunod.
Gibson, E. J., & Walker, A. S. (1984). Development of knowledge of visual-tactual affordances of substance. Child Development, 55, 453-460.
Gottfried, A. W., Rose, S. A., & Bridger, W. E. (1977). Cross-modal transfer in human infants. Child Development, 48, 118-123.
Hatwell, Y. (2003). Psychologie cognitive de la cécité precoce. Paris: Dunod.
Hatwell, Y., Streri, A., & Gentaz, E. (2000). Toucher pour connaître. Psychologie cognitive de la perception tactile manuelle. Paris: PUF.
Imbiriba, L. A., Oliveira, L. A., Russo, M. M., Fontana, A. P., Rodrigues, E. C., Magalhães, J., & Vargas, C. D. (2008). Movement-related cortical potencials in blind and sighted ubjects. Clinical Neurophysiology, 119, e131.
Imbiriba, L. A., Rodrigues, E. C., Magalhães, J., & Vargas, C. D. (2006). Motor imagery in blind subjects: The influence of the previus visual experience. Neuroscience Letters, 400, 181-185.
Joffily, S. B. (1995). O sonho precursor da individualidade nos mecanismos sociais humanos. Revista de Psicologia Clínica, 7, 59-84.
Joffily, S. B. (2004). Sono paradoxal e espaço externo. Em R. Reimão (Org.), Sono: sono normal e doenças do sono (pp. 231-234). São Paulo: Associação Paulista de Medicina.
Jouvet, M. (1998). Paradoxal sleep as a programming system. Journal Sleep Research, 7, 1-5.
Kastrup, V. (2007). A invenção na ponta dos dedos: a reversão da atenção em pessoas com deficiência visual. Psicologia em Revista, 13, 69-90.
Laplane, A. L. F., & Batista, C. G. (2008). Ver, não ver e aprender: a participação de crianças com baixa visão e cegueira na escola. Cadernos Cedes, 28, 209-227.
Lécuyer, R. (2004). Le développement du nourrisson. Paris: Dunod.
Meltzoff, A. N., & Borton, R. W. (1979). Intermodal matching by human neonates. Nature, 282, 403-404.
Ochaita, E., & Rosa, A. (1995). Percepção, ação e conhecimento nas crianças cegas. Em C. Coll, J. Palácios & A. Marchesi (Orgs.), Desenvolvimento psicológico e educação (pp.183-197). Porto Alegre: Artes Médicas.
Oliveira, R. G., Simionato, M. A. W., Negrelli, M. E. D., & Marcon, S. S. (2004). A experiência de famílias no convívio com a criança surda. Acta Scientiarum. Health Sciences, 26, 183-191.
Pêcheux, M.G., Lepecq J. C., & Salzarulo P. (1988). Oral activity and exploration in 1-2 month-old infants. British Journal of developmental Psychology, 6, 245-256.
Proust, J. (1997). Perception et intermodalité. Approches actuelles de la question de Molyneux. Paris: PUF.
Radeau, M. (1997). Du ventrilogue à l’embryon: Une réponse à Molyneux. Em J. Proust (Org.), Perception et intermodalité. Approches actuelles de la question de Molyneux (pp. 223-252). Paris: PUF.
Rochat, P. (1983). Oral touch in young infants: Response to variations of nipple characteristics in the first months of life. International Journal of Behavioral Development, 6, 123-133
Ruff, H. A., Saltarelli, L. M., Capozzoli, M., & Dubiner, K. (1992). The differentiation of activity in infants exploration of objects. Developmental Psychology, 28, 851-861.
Schaal, B., Marlier L., & Soussignan R. (1998). Olfactory function in the human fetus, evidence from selective neonatal responsiveness to the odour of amniotic fluid, Behavioral Neuroscience, 112, 1438-1449.
Schaal, B. Marlier L., & Soussignan R. (2000). Human fetuses learn odours from their pregnant mother’s diet. Chemical Senses, 25, 729-737.
Segond, H., Weiss, D., & Sampaio, E (2007). Can we propose a tactile vision substitution system to blind babies? Journal of Visual Impairment and Blindness, 101, 32-43.
Silva, A. B. P., & Pereira, M. C. C. (2003). O aluno surdo na escola regular: imagem e ação do professor. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 19, 173-176.
Tomatis, A. (1978). L’oreille et le language. Paris: Éditions du Seuil.

Downloads

Publicado

2010-02-09

Como Citar

de Azevedo, P. W., & Joffily, S. B. (2010). Arranjos Cognitivos:: Abrangências e Limitações Representacionais. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 25(4), 595. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistaptp/article/view/17432

Edição

Seção

Revisão da Literatura