O Raciocínio Lógico-Dedutivo do Surdo Que se Utiliza da Linguagem Gestual ou Oral

Autores

  • Ana Augusta Cordeiro Universidade Federal de Pernambuco
  • Maria da Graça Bompastor Borges Dias Universidade Federal de Pernambuco

Palavras-chave:

Surdez, Raciocínio lógico, Linguagem oral/gestual

Resumo

Este estudo analisou a capacidade de indivíduos deficientes auditivos, entre 14 e 20 anos, de resolver problemas silogísticos, comparando seu desempenho com o dos sujeitos ouvintes. Foram utilizados problemas silogísticos com conteúdos congruentes, incongruentes ou desconhecidos. Para cada grupo de sujeitos, os problemas silogísticos foram apresentados na sua própria variedade linguística: língua dos sinais brasileira, língua oral portuguesa. A situação de apresentação da tarefa foi a mesma para todos os três grupos, sendo que metade dos sujeitos de cada grupo recebeu os problemas silogísticos no contexto de faz-de-conta e a outra metade de modo verbal. Os resultados mostram que os sujeitos surdos, tanto quanto os ouvintes, resolvem problemas silogísticos do tipo modus ponens, oferecendo respostas teóricas. Todos os três grupos são capazes de raciocinar, silogisticamente, com premissas, envolvendo fatos contrários Ñ desconhecidos, sem o suporte do contexto de faz-de-conta.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Barlin, M. (1974). Mise en place de la notion de conservation chez
l'énfant sourd; contribuition à 1'étude dcs rapports du langage
et à 1'étude du development menial. Bulletin de Psychologic,
25,305-314.
Bender, R.E. (1960). The conquest of deafness. Cleveland: The
Press of Westner Reserve University.
Caquette, С (1973). Étude longitudinale du development mental
d'enfants sourds. Bulletin de Psychologic, 27, 262-275.
Dias, M.G. (1987). Da lógica do adolescente à lógica do analfabeto:
Há progresso? Arquivos Brasileiros de Psicologia, 39, 29-40.
Dias, M.G. (1988). Logical reasoning. Tese de Doutorado em
Filosofia, University of Oxford, Oxford, Inglaterra.
Dias, M.G. (1992). Até quando preciso usar a imaginação? Psicologia:
Teoria e Pesquisa, 8, 351-361.
Dias, M.G. & Harris, P.L. (1988a). The effect of make-believe play
on dedutive reasoning. British Journal of Developmental Psychology,
6, 207-221.
Dias, M.G. & Harris, P.L. (1988b). Realidade X fantasia: sua
influência no raciocínio dedutivo. Psicologia: Teoria e Pesquisa,
4, 55-68.
Dias, M.G. & Harris, P.L. (1990). The influence of the imagination
on reasoning by young children. British Journal of Developmental
Psychology, 8, 305-318.
Fernandes, E. (1990). Problemas linguísticos e cognitivos do surdo.
Rio de Janeiro: Agir.
Furth, H.G. (1966a). Langage et pensée operatoire: consequences
tirées des sourdes adultcs. Bulletin de Psychologic, 19, 673-
679.
Furth, H.G. (1966b). Thinking without language. New York: The
Press.
Hawkins, J., Pea, R.D., Glick, J. & Scribner, S. (1984). "Merds that
laugh don't like mushroms": Evidence for dedutive reasoning
by preescholers. Developmental Psychology, 20, 584-594.
Kuhn, D. (1977). Conditional reasoning in children. Developmental
Psychology, 13,342-353.
Levine, E. (1960). The psychology of deafness. New York; Columbia
University Press.
Lisi, R. De. (1982). Children's thought and language. Journal of
Medicine, 3, 1383-1386.
Meadow, K.P. (1980). Deafness and child development. Berkeley:
University of California Press.
Mores, D.F. (1970). Psycholinguisties and deafness. American
Annals of the Deaf, 115,37-38.
Moshman, D. & Franks, B. A. (1986). Development of the concept
of inferencial validity. Child Development, 57, 153- 165.
Moshman D. &Timrnons, M. (1982). The construction of logical
necessity. Human Development, 25,309-323.
Mottez, B. (1981). Os surdos como uma minoria lingüística. Reabilitação,
1, 22-27. [Secretaria Nacional de Reabilitação, Potugal].
Nass, M.L. (1964). The deaf child's conception of physical causality.
Journal of Abnormal and Social Psychology, 69 (6), 13-22.
Oléron, P. (1972). Langage el development mental. Bruxclles:
Dessart.
Pais, L. (1988). II Encontro de pais e professores de surdos. Grupo
de Estudos sobre Linguagem, Educação e Surdez, 3, 51-56.
Perelló, J. &Tortosa, F. (1978). Sordomudez, 3. Barcelona: Médica.
Piaget, J. (1974). A tomada da consciência, São Paulo: EDUSP.
Piper, D. (1985). Syllogistic reasoning in varied narrative contexts:
Aspects of logical and linguistic development. Journal of Psycholinguistic
Research, 14, 19-43.
Schlesinger, H.S. (1969). Beyond the range of sound. California
Medicine, 110,213-217.
Scribner, S. (1975). Recall of classic sylogisms: A cross-cultural
investigation of errors in logical problems. Em R. Falmagne
(Org.), Reasoning representation and process in children and
adults (pp. 153-173). Hillsdale: Erlbaum.
Scribner, S. (1977). Modes of thinking and ways of speaking:
Culture and logic reconsidered. Em P.N. Johnson-Laird & P.C.
Wason (Orgs.), Thinking: Readings in cognitive sciences (pp.
483-500). New York: Carnbrige University Press.
Shapiro, B.J. & O'Brien, T.C. (1970). Logical thinking in children
aged six through thirteen. Child Development, 41, 823-829.
Simões, P.U. (1991). Raciocínio silogístico em crianças: a certeza
e a incerteza da conclusão. Dissertação de Mestrado, Universidade
Federal de Pernambuco, Recife.
Victy, L. (1987). Development and handicap. Oxford: Basil Brackwell.
Wildman, T.M. & Fletcher, HJ. (1977). Developmental increases
and decreases in solutions of conditional syllogism problems.
Developmental Psychology, 13, 630-636.
Zamorano, M.A.F. de. (1981). Um estudo sobre o papel da linguagem
oral através de provas piagetianas no pensamento da
criança surda. Dissertação de Mestrado, Universidade de São
Paulo, São Paulo.

Downloads

Publicado

2012-10-25

Como Citar

Cordeiro, A. A., & Bompastor Borges Dias, M. da G. (2012). O Raciocínio Lógico-Dedutivo do Surdo Que se Utiliza da Linguagem Gestual ou Oral. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 11(3), 193–202. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistaptp/article/view/17251