A Relação entre os Conceitos de Saúde, Doença e Morte:

Utilização do Desenho na Coleta de Dados

Autores

  • Maria Helena Fáverouisa Universidade de Brasília
  • Cássia Maria Ramalho Salim Universidade de Brasília

Palavras-chave:

Conceito de saúde, doença e morte, Relação paciente-profissional da saúde, Desenvolvimento afetivo/cognitivo

Resumo

Apesar da maioria das pesquisas sobre os conceitos de saúde, doença e morte na criança se concentrar na relação entre conceituação no nível de desenvolvimento cognitivo destas, todos são unânimes em afirmar a influência de fatores relacionados à experiência individual vivida pela criança, no desenvolvimento do conteúdo destes conceitos (Natapoff, 1978; Perrin & Gerrity, 1981; Speece & Brent, 1984). É também consenso entre os pesquisadores da área a implicação destes conceitos no que concerne à natureza da interação entre os pacientes pediátricos, suas famílias e os profissionais da saúde (Eiser, 1982). Na tentativa de não se restringir a dados puramente verbais, partiu-se da proposição de Werner e Kaplan (1984), segundo a qual o desenho é entendido como uma atividade simbólica que veicula um determinado conteúdo. Colheram-se então, 852 desenhos junto a sujeitos saudáveis de três faixas etárias distintas: 6-7 anos, 9-10 anos, 14-15 anos. A análise dos desenhos obtidos confirma a adequação da utilização do desenho no estudo dos conceitos em questão, na medida que recursos como a escolha de cores, características do traçado e detalhes sutis como traço da boca, por exemplo, sugerem, como já assinalava Le Barre e Manod (1965), que o desenho pode ser tomado como uma verdadeira linguagem não verbal entre a criança e o adulto.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Antony, S. (1939). A study of development of the concept of death.
British Journal of Educational Psychology, 9, 276-277.
Berzonsky, M.D. (1971). The role of familiarity in children's
explanations of physical causality. Child Development, 42,
705-715.
Berzonsky, M.D. (1978). A preliminary investigation of children's
conceptions of life and death. Merril Palmer Quaterly, 33,
505-513.
Boesch, E.E. (1985). Qu'cst-ce que Ie dessin?. Bulletin de Psychologic
38, 181-186.
Eiscr, С (1982). The effects of chronic illness on children and their
families. Em C. Eiscr (Org.), Social Psychology and Behavioral
Medicine. New York: Wiley.
Fávero, M.H. (1992). A pesquisa básica с a psicologia da saúde.
Em M.G.G. Gimenes (Org.), Anais do II Encontro Brasileiro
de Psico-oncologia (pp. 26-28). Brasília: Organizador.
Forgas, J.P. (1981). What is social about social cognition? Em J.P.
Forgas (Org.), Social Cognition (pp. 1-26). New York: Academic
Press.
Jenkins, R.A. & Cavanaugh, J. (1986). Examing the relationship
between the development of concept of death and overall
cognitive development. Omega, 16 (3), 193-198.
Kane, B. (1979). Children's concept of death. The Journal of
Genetic Psychology, 134, 141-153.
Kastenbaum, R. & Aisembcrg, R. (1986). Psicologia da morte. São
Paulo: EDUSP.
Kinsey, A.C., Pomcroy, W.B., Martin, С & Gebbard, L. (1953).
Sexual behavior in the human female, Philadelphia: Saunders.
Koochcr, G.P. (1974). Conversations with children about death:
Clinical considerations in research. Journal of Clinical Child
Psychology, 3, 19-21.
Kovacs, M.J. (1987). O medo da morte, uma abordagem multidimensional.
Boletim de Psicologia, 37 (87), 46-48.
Lc Barre, H. & Monod, M. (1965). Experience du dessin libre dans
une communauté d'enfants. Revue de Neuropsychiatrie Infantile,
13 (1,,2), 133-137.
Ley, D. & Cybriwsky, R. (1974). Urban graffitis territorial markers.
Annals of the Association of American Geographers, 64, 491-
505.
Lucca, N. & Pacheco, A.M. (1986). Children's graffiti: Visual
comunication from a development perspective. The Journal of
Genetic Psycliology, 147,465-479.
Luquct, G.H. (1967). Le dessin infantil. Neuchatcl: Delachaux et
Niestlé.
Nagy, M. (1948). The child's theories concerning death. Journal of
Genetic Psychology, 73, 3-27.
Natapoff, J.N. (1978). Children's views of health: A developmental
study. American Journal of Public Health, 68, 995-1000.
Orbach, I., Gross, Y., Glaubman, H. & Bcrman, D. (1985). Children's
perception of death in humans and animals as a function
of age, anxiety and cognitive ability. Journal of Child Psychology
and Psychiatry, 26,453-463.
Perrin, E.C. & Gcrrity, P. S. (1981). There's a demon in your belly:
Children's understanding of illness. Pediatrics, 67, 841-849.
Rashkis, S.R. (1965). Child's understanding of health. Archives of
General psychiatry, 12, 10-27.
Rudin, L.A. & Harless, M.D. (1970). Graffiti and building use: The
1968 election. Psychological Reports, 27, 517-518.
Sakharov, L.S. (1990). Methods for investigating concepts. Soviet
Psychology, 28 (4), 35-66.
Schildcr, P. & Wechsler, O. (1934). The attitude of children towards
death. Journal of Genetic Psychology, 45, 406-451.
Speecc, M.W. & Brent, S.B. (1984). Children's understanding of
death: A review of three components of a death concept. Child
Development, 55, 1671 -1686.
Spinetta, J.J., Riglcr, D. & Karon, M. (1974). Personal space as a
measure of a dying child's sense of isolation. Journal of Consulting
and Clinical Psychology, 42, 751 -756.
Stocker, T.L., Dutcher, L.W., Hargrove, S.M. & Cook, E. (1972).
Social analysis of graffiti. Journal of American Folklore, 85,
356-366.
Torres, R.C. (1979). O conceito de morte na criança. Arquivos
Brasileiros de Psicologia, 31 (4), 9-34.
Torres, R.C., Guedes, W.G. & Torres, W.C. (1980). A criança
terminal e a intervenção terapêutica do psicólogo. Arquivos
Brasileiros de Psicologia, 32, 418-422.
Vinh-Bang. (1966). La méthode clinique et la recherche en psychologic
dc Г enfant. Em Psychologic et Épistémologie
Génétiques (pp. 67-81). Paris: Dunod
Vygotsky, L.S. (1984). A formação social da mente. São Paulo:
Martins Fontes.
Wacchter, E.H. (1971). Children's awareness of fatal illness.
American Journal of Nursing, 71, 1168-1171.
Wciningcr, O. (1979). Young children's concept of dying and dead.
Psychological Reports, 44, 395-407.
Werner, H. & Kaplan, B. (1984). Symbol formation. New York:
Wiley.
Widlochcr, D. (1965). Etude du dessin d'enfant commc mode dc
communication. L'higiene Mentale, 5, 165-169.
Wright, B. A. (1983). Physical disability - A psychosocial approach.
New York: Harper & Row Publishers .

Downloads

Publicado

2012-10-25

Como Citar

Fáverouisa, M. H., & Ramalho Salim, C. M. (2012). A Relação entre os Conceitos de Saúde, Doença e Morte:: Utilização do Desenho na Coleta de Dados. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 11(3), 181–191. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistaptp/article/view/17250