A resposta de incerteza a silogismos inválidos em crianças

Autores

  • Maria da Conceição D.P. de Lyra Universidade Federal de Pernambuco
  • Patrícia Maria Uchôa Simões Universidade Federal de Pernambuco

Palavras-chave:

Raciocínio de incerteza, Silogismos inválidos, Justificativa de incerteza, Diálogo com o experimentador

Resumo

Este estudo analisa o raciocínio de incerteza presente nos silogismos inválidos. Propõe-se uma análise do processo através do qual se atinge a incerteza necessária, integrando-se a situação de exame e o diálogo com o experimentador. Foram examinadas 48 crianças de sete e nove anos de idade diante de silogismos inválidos. A tarefa consistia em avaliar e justificar a conclusão sílogística, precedida em um acordo inicialmente estabelecido. Aos sete anos registraram-se mudanças de resposta que conduziram à incerteza a partir do diálogo com o experimentador. Aos nove anos ocorreu um aumento de respostas erradas com justificativasde incerteza. Este fato poderia decorrer tanto do repúdio por respostas de incerteza, que ocorreria caracteristicamente aos nove e não aos sete anos, como de variações devidas ao diálogo com o experimentador. Sugere-se que o processo através do qual as crianças abordam a incerteza necessária envolve mecanismos de recorte do material linguístico que compõe o silogismo, no qual se inserem o acordo inicial e o diálogo com o experimentador.

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Publicado

2012-08-21

Como Citar

de Lyra, M. da C. D., & Simões, P. M. U. (2012). A resposta de incerteza a silogismos inválidos em crianças. Psicologia: Teoria E Pesquisa, 8(1), 89–100. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistaptp/article/view/17126