As Griôs no Brasil: saberes e fazeres de mulheres negras através da categoria tia

Autores

  • Angélica de Almeida UERJ

DOI:

https://doi.org/10.26512/revistacalundu.v4i2.34965

Resumo

Através da preservação da memória genealógica, traduzida em saberes e fazeres que constituem as chamadas Tias, vamos refletir como se deu a construção desta categoria política e como a aproximação com o ofício dos griôs da África Ocidental, nos proporciona uma linha de entendimento da importância da trajetória destas mulheres negras, por ora, inviabilizadas na história. Logo, a reflexão dos regimes de visibilidade, protagonismo e emancipação, desenvolvido por mulheres negras na dimensão política, cultural e de organização dos espaços da memória em países de reminiscências coloniais, como é o caso do Brasil, nos possibilita inscrever a categoria Tia como um ofício na história social das mulheres. Refletindo assim, sua intervenção no mundo a partir do trabalho protagonizado às margens, acionando assim a potência das histórias múltiplas na partilha do comum. Deste modo, vamos nos servir de uma costura bibliográfica enquanto elaboramos e pesquisamos nossas próprias fontes, já que o registro de tais memórias se encontram soterradas nas amarras do pacto colonial. Dito isto, este é um trabalho por regimes de visibilidade e ajuste de memórias.

 

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Publicado

2021-01-04

Como Citar

de Almeida, A. (2021). As Griôs no Brasil: saberes e fazeres de mulheres negras através da categoria tia. Revista Calundu, 4(2), 17. https://doi.org/10.26512/revistacalundu.v4i2.34965