En el Bosque hay Ciencia, Estoy Enviando a Llamar: transformación del cacique Xicão Xucuru en mártir-encantado

Autores/as

  • Edimilson Rodrigues de Souza Unicamp

DOI:

https://doi.org/10.26512/revistacalundu.v3i2.28955

Palabras clave:

Xukuru del Ororubá. Lucha por la tierra. Ritualización. Mártirencantado. Cosmopolítica.

Resumen

En este artículo pretendo evidenciar la dimensión cosmopolita de la lucha por la tierra entre los indios Xucuru do Ororubá, en el Agreste do Pernambuco, Brasil, al analizar los efectos de la transformación del cacique Xicão Xukuru, asesinado el 20 de mayo de 1998, en “mártir-encantado”. Las motivaciones de este crimen fueron su actuación en las “retomadas” de las tierras indígenas, por aquel entonces ocupadas por fazendeiros y políticos locales. Después de su asesinato, Xicão Xukuru fue nombrado “mártir de la causa indígena” por líderes católicas y, también, “encantado” por los indígenas de su etnia. Esta transformación circunscribe el sistema sociocosmológico del grupo, habitado por guerreros y héroes muertos, con una diferencia substancial: mientras todos los guerreros muertos son genéricamente nombrados “encantados”, el cacique Xicã asume una posición particular al ser individualizado como “Mandaru”. Su fuerza y presencia son descritas en el ritual, el Toré, reconocidas en los elementos de la naturaleza y en las relaciones de los Xukuru do Ororubá con los no-indios. En este sentido, su nombre se materializa en las reivindicaciones por derechos colectivos (tierra, salud, educación, entre otros) y transforma sus experiencias personales en actos extraordinarios. Al relatar su líder muerto como “mártir-encantado” los Xukuru transforman el cacique en un operador de las relaciones entre personas, cosas y mundos.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Edimilson Rodrigues de Souza, Unicamp

Doutor em Antropologia Social, PPGAS/Unicamp.

Citas

AHLERT, Martina. “Carregado em saia de encantado: transformação e pessoa no terecô de Codó (Maranhão, Brasil)”. In: Etnográfica, vol. 20 (2), 2016.
ALARCON, Daniele Fernandes. “A forma retomada: contribuições para o estudo das retomadas de terras, a partir do caso Tupinambá da Serra do Padeiro”. In: Ruris. Revista do Centro de Estudos Rurais - UNICAMP, v. 7, 2013.
ALARCON, Daniele Fernandes. “‘A luta está no sangue e, além disso, os caboclos empurram’. Participação de seres não humanos nas retomadas de terras na aldeia Tupinambá de Serra do Padeiro, Bahia”. In: Pós - Revista Brasiliense de Pós-Graduação em Ciências Sociais, v. 13, n. 1, 2014.
ARRUTI, José Maurício. “A produção da alteridade: O Toré e as conversões missionárias e indígenas”. In: MONTERO, Paula (Org.). Deus na aldeia: missionários, índios e mediação cultural. São Paulo: Globo, 2006.
BANAGGIA, Gabriel. As forças do Jarê. Religião de matriz africana da Chapada Diamantina. Rio de Janeiro: Garamond, 2015.
BANAGGIA, Gabriel. “Conexões afroindígenas no jarê da Chapada Diamantina”. In: R@U. Revista de @ntropologia da UFSCar, n. 9 (2), jul./dez, 2017.
BANAGGIA, Gabriel. “Canalizar o fluxo: lidando com a morte numa religião de matriz africana”. In: Mana, vol. 24, n. 3, 2018.
BOYER, Véronique. Femmes et cultes de possession au Brésil: les compagnons invisibles. Paris: Éditions L’Harmattan, 1993.
BOYER, Véronique. “O pajé e o caboclo: de homem à entidade”. In: Mana, n° 5(1), 1999.
CORRADO, Elis Fernanda. “O Tekoha como uma criança pequena”: uma etnografia de acampamentos Kaiowá em Dourados (MS). Dissertação de mestrado em Antropologia Social defendida na Universidade Estadual de Campinas, Brasil, 2017.
FIALHO, Vânia. As fronteiras do ser Xukuru. Recife: Massangana, 1998.
FIALHO, Vânia; NEVES, Rita de Cássia; FIGUEROA, Mariana Carneiro (orgs.). “Plantaram” Xicão: Os Xukuru do Ororubá e a Criminalização do direito ao território. Manaus: PNCSA-UEA/UEA, 2011.
GALVÃO, Eduardo. Santos e Visagens: Um Estudo da Vida Religiosa da Itá, Amazonas. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1955.
GRAEBER, David. Toward an anthropological theory of value: the false coin of our own dreams. New York: Palgrave Macmillan, 2001.
GRÜNEWALD, Rodrigo de Azeredo (org.). Toré: Regime encantado do índio do Nordeste. Recife: Massangana, 2005.
GUEDES, André Dumans. O trecho, as mães e os papéis: etnografia de movimentos e durações no norte de Goiás. São Paulo: Garamond, 2013.
GUERREIRO, Antonio. “Refazendo corpos para os mortos: as efígies mortuárias Kalapalo (Alto Xingu, MT, Brasil)”. In: Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America, v. 09, n. 01, 2011.
LOERA, Nashieli Rangel. Tempo de acampamento. São Paulo: Editora Unesp Digital, 2015.
MAUÉS, Raymundo Heraldo. “Catolicismo popular e pajelança na região do Salgado: as crenças e as representações”. In: SANCHIS, Pierre (org.), Catolicismo. Unidade religiosa e pluralismo cultural. São Paulo: Loyola, 1992.
MAUÉS, Raymundo Heraldo. Uma Outra “invenção” da Amazônia: religiões, histórias, identidades. Belém: Cejup, 1999.
MAUÉS, Raymundo Heraldo; VILLACORTA, Gisela Macambira. “Pajelança e encantaria amazônica”. In: PRANDI, Reginaldo (org.). Encantaria brasileira. Rio de Janeiro: Pallas, 2004.
MURA, Claudia. “Todo mistério tem dono!” Ritual, política e tradição de conhecimento entre os Pankararu. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2013.
PACHECO DE OLIVEIRA, João. “Uma etnologia dos ‘índios misturados’? Situação colonial, territorialização e fluxos culturais”. In: Revista Mana, vol. 04, n. 01, 1998.
PIETRAFESA DE GODOI, Emília. “Mobilidades, encantamentos e pertença: o mundo ainda está rogando porque ainda não acabou”. In: Revista de Antropologia, São Paulo, USP, v. 57, n. 2, 2014.
REDE Viva. Vídeo Xicão Xukuru. [Vídeo]. Produção: Rede Viva / CIMI-NE. Brasil, 1998. Disponível em <http://video.google.com/videoplay?docid=-8537518505098293066#>. Acesso em 20 jan. 2013. 20 min.
SILVA, Edson. Xukuru: memórias e história dos índios da Serra do Ororubá (Pesqueira/PE), 1959-1988. Recife: Editora UFPE, 2017.
STOLL, Émilie. Rivalités riveraines: territoires, stratégies familiales et sorcellerie en Amazonie brésilienne. Thèse de doctorat, École pratique des hautes études, Paris, 2014.
STOLL, Émilie. “La fabrique des entités: récits sur l’enchantement d’un riverain extraordinaire en Amazonie brésilienne”. In: Cahiers de littérature orale, nº 79, 2016.
VIEGAS, Susana. Terra Calada: os Tupinambá na Mata Atlântica do Sul da Brasil. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2007.
WAGNER, Roy. “The fractal person”. In: GODELIER, Maurice; STRATHERN, Marilyn (eds.). Big men and Great men: personifications of power in Melanesia. Cambridge: Cambridge University Press, 1991.

Publicado

2019-12-30

Cómo citar

Rodrigues de Souza, E. (2019). En el Bosque hay Ciencia, Estoy Enviando a Llamar: transformación del cacique Xicão Xucuru en mártir-encantado. Revista Calundu, 3(2), 21. https://doi.org/10.26512/revistacalundu.v3i2.28955

Número

Sección

Artigos acadêmicos