Do “só o espaço” ao lugar de memória: Preservação de bens culturais de matriz africana uma questão de “lugar”?
DOI:
https://doi.org/10.26512/revistacalundu.v1i1.7626Keywords:
Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana. Patrimônio Cultural. Políticas Públicas. Relações Étnico Raciais.Abstract
Este texto tem por objetivo abordar alguns aspectos do debate a respeito do reconhecimento por parte do Estado brasileiro de bens culturais de matriz africana como patrimônio cultural brasileiro. Além de apresentar uma breve digressão histórica sobre as práticas de preservação no Brasil e a relação institucional entre o Estado e os povos e comunidades tradicionais de matriz africana, este trabalho procura ainda demonstrar como este moderno/colonial Estado-Nação brasileiro por intermédio do seu “Serviço do patrimônio” elaborou até a década de 1980 uma narrativa histórica sobre a memória nacional invisibilizando aspectos culturais ligados à população negra e à s heranças africanas no Brasil. Concluímos assim que pensar políticas públicas de preservação é pensar as relações raciais no Brasil e por isso a importância de sabermos o “lugar” dos bens culturais de matriz africana no rol dos bens elencados como representativos da memória nacional. Somente após o tombamento do Terreiro de Casa Branca, e as pressões da sociedade civil, principalmente os movimentos sociais e culturais negros e de matriz africana, que o Iphan vem tentando construir um novo “olhar patrimonial” e um novo lugar institucional para os bens culturais ligados aos povos e comunidades tradicionais de matriz africana.
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