O Pano da Costa e o Torço como Panos de Vestir: entre amarrações, torções e nós

Autores

  • Ketilley Luciane de Jesus Purpura Escola de Artes, Ciências e Humanidade (EACH), da Universidade de São Paulo (USP)
  • Francisca Dantas Mendes Escola de Artes, Ciências e Humanidade (EACH), da Universidade de São Paulo (USP).

DOI:

https://doi.org/10.26512/revistacalundu.v7i1.47427

Palavras-chave:

Pano da Costa, Roupa de axé, Roupa de baiana, Torço

Resumo

Este estudo decorre de uma pesquisa mais ampla sobre roupas com capacidade de mutação. Aqui o foco é nas roupas usadas tanto nos cultos de religiões afro-brasileiras, como a umbanda e o candomblé, e africanas, como o ifá, geledé, etc, quanto no cotidiano. Para isto, foi necessário recuar a investigação sobre os usos destes panos para o período colonial e imperial do Brasil. E, desta forma, constatou-se que o pano da costa e o torço transcendem a religião. Fora dela, estas vestes, como trajes completos, adquirem outras funções, e seus usos são ressignificados quando amarradas, torcidas ou fechadas com nós, em substituição à costura. O método utilizado foi o da pesquisa bibliográfica e iconográfica, com resultados que apresentam uma retórica discursiva e argumentativa relacionando o objeto de estudo à cultura material.

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Publicado

2023-07-09

Como Citar

Purpura, K. L. de J., & Mendes, F. D. (2023). O Pano da Costa e o Torço como Panos de Vestir: entre amarrações, torções e nós. Revista Calundu, 7(1). https://doi.org/10.26512/revistacalundu.v7i1.47427