A autotradução de São Benedito
DOI:
https://doi.org/10.26512/revistacalundu.v5i1.34567Palavras-chave:
São Benedito. Exu. Autotradução. Miscigenação. Sincretismo. Tecnologia social.Resumo
Esse artigo tem como objetivo avaliar, a partir da teórica da Tradução-Exu, a espécie de tradução que pode ser proposta à condição constitutiva da imagem de São Benedito dentro de seus espaços místicos de ritualização. Abordaremos a Tradução-Exu como o modelo tradutório para justificar um artifício simbólico metamórfico. Pensando que essa tradução em específico incita uma perversão da tradição de um texto e entendendo um texto como um modo de elegibilidade, vamos aqui explorar a proposta facultativa que pode ser investigada pela condição tradutória da subjetividade relacionada ao santo, na qual a figura de exu vem como artífice dessa tradução que, no fim das contas, é uma autotradução marcada pelo caráter transmutatório do orixá que condiciona a própria imagem à imagem de São Benedito. Aqui o interesse não é usar do sincretismo somente como uma possível correlação entre um santo católico e um orixá, mas sim usar os aspectos tradutórios como base fundamental das correlações que prevê o originário através do encontro, no qual são Benedito e exu podem ser, a partir do pensamento de encruzilhada, uma mesma potência mística que na presença se impõe como transformadora dos fundamentos ritualísticos.
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