“O prazer aristocrático em desagradar”

ética e tradução no último Baudelaire

Autores/as

  • Thiago Mattos Universidade de São Paulo

Palabras clave:

Ética. Tradução. Mon coeur mis à nu. Charles Baudelaire

Resumen

O texto trata da relação entre ética e tradução a partir de algumas passagens “desagradáveis” (majoritariamente sexistas e antissemitas) de Mon cœur mis à nu, de Charles Baudelaire. Para conduzir a reflexão, lanço mão dos estudos de tradução (os “atos de tradução” desenvolvidos por Lenita R. Esteves no âmbito da sua reflexão sobre tradução e ética) e da crítica literária (o horror baudelairiano, o “prazer aristocrático em desagradar” e, como denomina Steve Murphy, a “poética da provocação e da programação”). A fim de traduzir o “horror” e de possibilitar certas tensões e ambivalências da obra baudelairiana, proponho uma tradução sem estratégias de amortecimento (supressão, atenuação lexical ou nota de tradutor).

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Biografía del autor/a

Thiago Mattos, Universidade de São Paulo

Doutorando em Estudos linguísticos, literários e tradutológicos, na USP

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Publicado

2018-05-18

Cómo citar

Mattos, T. (2018). “O prazer aristocrático em desagradar”: ética e tradução no último Baudelaire. Revista XIX, 2(5), 192–204. Recuperado a partir de https://periodicos.unb.br/index.php/revistaXIX/article/view/21834