A evolução da gestão da mão de obra frente às recentes mudanças no setor portuário brasileiro

Autores

Palavras-chave:

Portos. Trabalhadores portuários. Governança pública. Política pública. Regulação.

Resumo

[Propósito] Este artigo aborda o modelo de governança setorial brasileiro da gestão de mão de obra de trabalhador avulso nos portos nacionais, analisando o mecanismo no contexto da política pública, caracterizando-a numa abordagem institucional, descritiva e legal. Além do resgate histórico, destacamos as recentes medidas jurídicas da União em função da pandemia de COVID-19.

[Metodologia/abordagem/design] Por meio de uma revisão de literatura e dos pressupostos normativos, apresenta-se uma breve discussão teórica do problema, na perspectiva da regulação portuária brasileira.

[Resultados] Demonstra-se a importância da manutenção do modelo de gestão de obra no marco regulatório nacional, desde que esse acompanhe a modernização do setor portuário.

[Implicações práticas] Os resultados deste trabalho poderão subsidiar modificações legislativas e mudanças nas políticas públicas, de modo a fortalecer a regulação econômica setorial.

[Originalidade/relevância do texto] Previsto em lei desde 1993, o modelo de gestão atual do trabalho portuário prevê uma estrutura monopolística em cada portos e, diante dessa característica peculiar, inexistem muitos estudos sobre como chegamos a esse ponto e como devemos evoluir. A bibliografia atual trata da questão sob um viés social, contudo, não adentra sobre a os impactos da perpetuação desse contexto na regulação. Este artigo dissemina conhecimentos e dá início às discussões sobre o tema.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fabiane Mello, ANTAQ

Engenheira civil pela Universidade do Estado da Bahia. Titular do cargo de Especialista em regulação de transportes aquaviário na ANTAQ. Pós-graduada em direito portuário e marítimo pela Maritime Law Academy. Email: engfabiane1@gmail.com.

Sandro Monteiro, ANTAQ

Engenheiro eletricista e Mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo. Especialista em Gestão Pública pela Escola Nacional de Administração Pública (ENAP). Pós-graduando em Direito Econômico pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Titular do cargo de especialista em regulação de transportes aquaviário na ANTAQ.

Referências

A TRIBUNA. O Porto e os seus empregos. Disponível em: https://www.atribuna.com.br/2.713/o-porto-e-seus-empregos-1.27589. 2017. Acessado em 09/01/2021.

BOBBIO, NORBERTO. Dicionário de política. Norberto Bobbio, Nicola Matteucci e Gianfranco Pasquino; trad. Carmen C, Varrialeet ai.; coord. trad. João Ferreira; rev. geral João Ferreira e Luis Guerreiro Pinto Cacais. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1ª ed., 1998. Vol. 1: 674 p.

BOTTAI, Verso il corporativismo democratico o verso una democrazia corporativa. Diritto del Lavoro", 3-4, 1952.

COUTO, Cláudio Gonçalves. Sistema de governo e políticas públicas. Brasília: Enap, 2019. 136 p. Disponível em: https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/4160/1/Livro_Sistema%20de%20Governo%20e%20Politicas%20Publicas.pdf. Acessado em 09/01/2021.

DAVIS, L. E.; NORTH, D. C. Institutional change and American economic growth. Cambridge: Cambridge University Press, 1971.

DYE, T. Understanding Public Policy. 12 ed. Upper Saddle River: Person Education. 2008.

GOMES, Sandra. Sobre a viabilidade de uma agenda de pesquisa coletiva integrando implementação de políticas, formulação e resultados. In: LOTTA, Gabriela (Org.) Teoria e análises sobre implantação de políticas públicas no Brasil. Brasília: Enap, 2019. p. 39 –65

GOMIDE, Alexandre de Ávila; PIRES, Roberto Rocha C. Capacidades estatais e democracia: arranjos institucionais de políticas públicas. Brasília: Ipea, 2014. 385 p.: grafs.

HILL, Michael; HUPE, Peter. Implementing Public Policy. 2. Ed. London: SAGE, 2010.

HUPE, P.; HILL, M. Street-level bureaucracy and public accountability. Public Administration, 2007.

JUSBRASIL. Trabalhador portuário é indenizado por ter que utilizar instalações sanitárias precárias no local de trabalho. Maio 2019. Disponível em: https://pndt.jusbrasil.com.br/noticias/713506407/trabalhador-portuario-e-indenizado-por-ter-que-utilizar-instalacoes-sanitarias-precarias-no-local-de-trabalho . Acessado em 09/01/2021.

LEVI, Margaret. Uma lógica de mudança institucional. Dados, Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, IUPERJ, v. 34, n. 1, 1991.

LIMA, Giovani de. O meio ambiente do trabalho portuário: estudo de caso dos estivadores do porto de São Francisco do Sul (Santa Catarina). Dissertação de Mestrado. Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE). 2012. Disponível em: https://www.univille.edu.br/community/mestrado_saude_meio_ambiente/VirtualDisk.html/downloadDirect/435906. Acessado em 09/01/2021.

LOWI, Theodore. American business, public policy, case-studies, and political theory. World Politics, v. 16, n. 4, p. 677-715, 1964.

LOWI, Theodore. Four systems of policy, politics, and choice. Public Administration Review, 32, p. 298-310, 1972.

MIGUEL, Monick; GARCIA, Denise Schmitt Siqueira. A importância do órgão gestor de mão de obra para o trabalho portuário. Revista Eletrônica Direito e Política, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência Jurídica da UNIVALI, Itajaí, v.9, n.1, 1º quadrimestre de 2014. Disponível em: www.univali.br/direitoepolitica - ISSN 1980-7791.

MILLER, Thiago T. Mello; RÊNIO, Lucas Rênio. Ogmo e o passivo trabalhista. 2013. Disponível em: https://www.miller.adv.br/single-post/2013/06/14/OGMO-e-o-passivo-trabalhista .Acessado em 09/01/2021.

MINFRA – Ministério da Infraestrutura. Sistema Portuário Nacional. Junho 2020. Disponível em: https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transporte-aquaviario/sistema-portuario . Acessado em 09/01/2021.

MONTEIRO, Sandro José. Uma análise das capacidades do estado na expansão da infraestrutura energética brasileira. Escola Nacional de Administração Pública (ENAP). 2014. 22p. Disponível em: http://repositorio.enap.gov.br/handle/1/1839. Acessado em 09/01/2021.

MTE – Ministério do Trabalho e Emprego. Manual do trabalho portuário e ementário. – Brasília : MTE, SIT, 2001. 152 p. Disponível em: https://www.apsfs.sc.gov.br/wp-content/uploads/2014/11/012-manualtrabalhadorportuario.pdf .

Acessado em 09/01/2021.

PORTOGENTE. Lista dos OGMOs. Jan 2016. Disponível em: https://portogente.com.br/portopedia/73014-lista-dos-OGMOs. Acessado em 09/01/2021.

PORTOS e NAVIOS. MP-945: TUPs sugerem uso de fundo para garantir pagamento de avulsos. 08/04/2020. Disponível em: https://www.portosenavios.com.br/noticias/portos-e-logistica/mp-945-tups-sugerem-uso-de-fundo-para-garantir-pagamento-de-avulsos. Acessado em 09/01/2020.

SCHMITTER, Philippe C. Still the century of corporatism? In: PIKE, Frederick. B.; STRITCH, Thomas (eds.). The new corporatism: social-political structures in the Iberian world. Notre Dame: Notre Dame University Press, 1974, p.94.

SECCHI, Leonardo. Políticas Públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos, 2ª ED. São Paulo: Cengage Learning, 2014.

SILVA, Pedro Luiz Barros; MELO, Marcus André Barreto de. O processo de implementação de políticas públicas no Brasil: características e determinantes da avaliação de programas e projetos. Universidade Estadual de Campinas. Núcleo de Estudos de Políticas Públicas, 2000. 17p. (Caderno n. 48).

SOUZA, C. Políticas Públicas: uma revisão da literatura. Sociologias, Porto Alegre, n. 16, p.20-45, jul./dez. 2006.

VALOR ECONÔMICO. OGMO prejudica produtividade, diz estudo. 22/02/2013, Política, p. A9. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/477022/noticia.htm?sequence=1. Acessado em 09/01/2020.

VIEIRA, Luiz Francisco Modenese. Análise e Avaliação da Organização Institucional e da Eficiência de Gestão do Setor Portuário Brasileiro. São Paulo: Booz&Company, 2012. 3v. Disponível em: http://web.bndes.gov.br/bib/jspui/handle/1408/7668.

Acessado em 09/01/2021.

Downloads

Publicado

2022-05-20

Como Citar

MELLO, Fabiane; MONTEIRO, Sandro José. A evolução da gestão da mão de obra frente às recentes mudanças no setor portuário brasileiro. Journal of Law and Regulation, [S. l.], v. 8, n. 1, p. 105–130, 2022. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/rdsr/article/view/38850. Acesso em: 26 abr. 2024.