A Teoria da Bondade Natural e a Regulação da Questão Indígena no Brasil

Autores

  • Julianne Holder da Câmara Silva Feijó UFERSA

Palavras-chave:

teoria da bondade natural, povos indígenas, regulação, força normativa da Constituição

Resumo

Propósito ”“ Realizar um resgate histórico da legislação brasileira dedicada à questão indígena aliado à análise da atuação do Estado quanto à efetivação dos seus direitos com o intuito de identificar a influência que a teoria da bondade natural teria exercido, e ainda exerce, sobre a regulação do tema, mesmo após as transformações regulatórias introduzidas pela atual Constituição Federal

Metodologia/abordagem/design ”“ Partindo da obra de Afonso Arinos intitulada “O índio brasileiro e a Revolução Francesa: as origens brasileiras da Teoria da bondade natural”, o artigo busca identificar a influência da teoria na regulação brasileira da questão indígena, por intermédio do levantamento da legislação histórica e atuação estatal hodierna.

Resultados ”“ Constata-se que o paradigma regulatório de aculturação dos indígenas fortemente influenciado pela teria da bondade natural se reproduz na política hodierna do Estado Brasileiro, representando verdadeira negação de direitos e dignidade aos silvícolas.

Implicações práticas ”“ O artigo apresenta uma severa crítica à inação da comunidade política em dar concretude às modificações regulatórias introduzidas pela Ordem Constitucional vigente, enfraquecendo, assim, a força normativa da Constituição e a legitimidade do estado Democrático de Direito.

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Biografia do Autor

Julianne Holder da Câmara Silva Feijó, UFERSA

Professora da Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA), Rio Grande do Norte. Vice-coordenadora do curso de Direito da UFERSA. Mestre em Direito Constitucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Graduada pela UFRN.

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Publicado

2016-10-17

Como Citar

FEIJÓ, Julianne Holder da Câmara Silva. A Teoria da Bondade Natural e a Regulação da Questão Indígena no Brasil. Journal of Law and Regulation, [S. l.], v. 2, n. 2, p. 105–138, 2016. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/rdsr/article/view/19229. Acesso em: 12 maio. 2024.