Conhecimento, Filosofia e Mística

Autores

  • Maurício Mota Saboya Pinheiro Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

Palavras-chave:

experiências místicas; conhecimento; William Payne Alston.

Resumo

Este artigo tem por objetivo defender a possibilidade de as experiências místicas cristãs serem fonte de conhecimento, baseado na epistemologia de William Payne Alston (1921-2009). Parte-se do conceito de conhecimento como “crença verdadeira e justificada” e, no espírito de um pluralismo epistemológico contemporâneo, procura-se enfraquecer aquele conceito por meio de concepções abrangentes acerca da verdade e da justificação espistêmica. Ambas essas concepções são formadas sobre interpretações às abordagens alstonianas do realismo alético e das práticas doxásticas. Alguns exemplos de relatos de experiências místicas são apresentados, a fim elucidar os conceitos supramencionados. O artigo conclui que as crenças produzidas sob a prática doxástica mística cristã tenderão a ser tanto mais conhecimento, quanto mais epistemicamente justificadas forem elas. Isso significa que a prática em questão terá de satisfazer aos seguintes critérios: 1) enraizamento psicossocial; 2) coerência interna e externa; e 3) auto-apoio significativo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALSTON, W. P. (2005). Beyond Justification ”“ Dimensions of Epistemic Evaluation. IthacaLondon: Cornell University Press.

ALSTON, W. P. (1996). A Realist Conception of Truth. Ithaca-London: Cornell University Press.

ALSTON, W. P. (1991). Perceiving God. Ithaca-London: Cornell University Press

ALSTON, W. P. (Jan/1969). Feelings. In The Philosophical Review, vol. 78, 1: 3-34.

ARISTÓTELES. Metaphysics. Chicago: Encyclopædia Britannica, Inc. In Adler, M. J. (ed.) (1990). “Great Books of the Western World”, vol. 7, 499-626, second edition.

COADY, C. A. (1992). Testimony ”“ a philosophical study. Oxford: Clarendon Press.

FERREIRA, Aurélio B. de H. (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira S. A., segunda edição revista e aumentada (39ª impressão).

GETTIER, E. (1963). Is Justified True Belief Knowledge? In Analysis 23: 121-123.

HARMAN, Gilbert (1973). Thought. Princeton: Princeton University Press.

LONGINO, Helen (2000). Toward an Epistemology for Biological Pluralism. In CREATH, Richard & MAIENSCHEIN, Jane (Eds.). Biology and Epistemology. Cambridge: Cambridge University Press.

MAGALHÃES, Gildo. O papel essencial, mas geralmente oculto, das controvérsias científicas.Com Ciência, 10/10/2013.

http://www.comciencia.br/comciencia/index.php?section=8&edicao=92&id=1129 (acesso em17/12/2019, Ã s 18:30h.).

PLATÃO. Theaetetus. Chicago: Encyclopædia Britannica, Inc. In Adler, M. J. (ed.) (1990). “Great Books of the Western World”, vol. 6, 512-550, second edition.

OTTO, R. (1925). Lo santo: lo racional y lo irracional en la idea de Dios. Madrid: Revista de Occidente.

PAHNKE, Walter N. (1969). The Psychedelic Mystical Experience in the Human Encounter With Death. Harvard Theological Review, vol. 62, 1: 1-21.

PINKER, Steven. Science Is Not Your Enemy. The New Republic, 7 de agosto de 2013. https://newrepublic.com/article/114127/science-not-enemy-humanities (acesso em 17/12/2019 Ã s 17:30h).

TARSKI, Alfred [1933] (1983). The Concept of Truth in Formalized Languages. In Logic, Semantics, Mathematics ”“ Papers from 1923 to 1938. Indianapolis: Hackett Publishing Company Inc., 152-278.

TERESA DE JESUS. Livro da Vida [1562] (2002). In Teresa de Jesus. Obras Completas, p. 19-291. São Paulo: Edições Loyola, 2ª edição.

The Alister Hardy Trust. In University of Wales ”“ Lampeter

http://www.lamp.ac.uk/aht/Personal_Stories/personal_stories.html (acesso em 26/08/2009 Ã s 10:30h).

VAZ, H. C. de L. (2000). Experiência Mística e Filosofia na Tradição Ocidental. São Paulo: Edições Loyola.

WITTGENSTEIN, L. (1979). Investigações Filosóficas. 2a Edição. São Paulo: Abril Cultural.

Downloads

Publicado

2020-08-26

Como Citar

Mota Saboya Pinheiro, M. (2020). Conhecimento, Filosofia e Mística. Revista Brasileira De Filosofia Da Religião, 6(2), 32–53. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/rbfr/article/view/28869

Edição

Seção

Artigos (temática geral)