PINTO E CANTO ENTRE O SAGRADO E O PROFANO: O MARABAIXO DA QUARTA-FEIRA DA MURTA GRAVADO EM METAL E ESCRITO NO PAPE

Autores

Palavras-chave:

Marabaixo; Quarta-feira da Murta; Sagrado; Profano.

Resumo

Durante o Marabaixo, nem sempre o sagrado e o profano, tampouco a percepção dos limites que os separam, são facilmente compreendidos ou aceitos por aqueles alheios aos diversos momentos que constituem esse Patrimônio Cultural Imaterial brasileiro. Nesse contexto, este trabalho objetiva investigar essa questão através do exame de alguns exemplos encontrados em uma crônica jornalística e em um quadro gravado em metal que coincidem na representação de um desses momentos: a Quarta-feira da Murta. A análise foi feita a partir da comparação dessas duas obras e à luz de uma breve revisão bibliográfica sobre o Marabaixo, o sagrado e o profano. Verificou-se que apesar do escultor parecer ter gravado somente o lado mais sagrado da Quarta-feira da Murta e do escritor ter narrado apenas seus elementos mais profanos, ambos, em realidade, mesclaram esses dois aspectos em seus respectivos trabalhos. A partir dessa observação, portanto, pode-se afirmar que, assim como usualmente ocorre durante o Marabaixo, essas obras também apresentam o sagrado e o profano dividindo harmoniosamente os mesmos espaços na Quarta-feira da Murta.

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Biografia do Autor

Alvaro Tamer Vasques, Universidade Federal do Amapá - UNIFAP

Licenciado em Letras pela Universidade Federal do Amapá, especialista em Inglês/Tradução pela Universidade Federal de Minas Gerais, mestre em Tradução e Interculturalidade pela Universidade de Sevilha e doutorando em teoria literária pela Universidade de Sevilha. Professor do curso de Letras Português/Inglês da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP).

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Publicado

2022-10-10

Como Citar

Tamer Vasques, A. (2022). PINTO E CANTO ENTRE O SAGRADO E O PROFANO: O MARABAIXO DA QUARTA-FEIRA DA MURTA GRAVADO EM METAL E ESCRITO NO PAPE. Revista Brasileira De Filosofia Da Religião, 8(2), 31–56. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/rbfr/article/view/40868

Edição

Seção

Dossiê Religiosidade dos povos originários e afro-brasileiros