Sistematização e apontamentos críticos ao argumento de Hick a favor do pluralismo religioso

Autores

Palavras-chave:

pluralismo religioso, John Hick, Real, transcendente, experiência religiosa

Resumo

Na obra An Interpretation of Religion, John Hick elabora uma longa argumentação a favor do pluralismo religioso, definido como a tese de que várias religiões são percepções válidas da realidade transcendente. Tal argumento passa por teses como a ambiguidade religiosa do Universo, a confiabilidade da experiência religiosa e a distinção kantiana entre númeno e fenômeno. Contudo, uma vez que o filósofo não esclarece detalhadamente todos os passos de sua argumentação, analisar tal argumento pode ser algo difícil. Por esse motivo, o presente artigo visa sistematizar as premissas do argumento de Hick a favor do pluralismo religioso, esclarecendo cada passo do raciocínio e demonstrando seu encadeamento lógico. Após isso, pretende-se encerrar o texto com alguns apontamentos críticos contra a argumentação de Hick. Embora tais apontamentos não pretendam dar uma resposta cabal e definitiva contra o raciocínio de Hick, espera-se que elas possam sugerir o desenvolvimento de críticas que se engajem com a sistematização aqui oferecida.

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Biografia do Autor

Arthur Henrique Soares dos Santos, Universidade Federal do Pará

Mestrando em Filosofia pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Graduado em Filosofia pela UFPA. Membro do grupo de pesquisa "Kant e o Kantismo". Professor de Filosofia no Centro de Estudos John Knox e no Centro Educacional Evangélico Logos. Estuda filosofia kantiana e suas relações com a filosofia analítica, bem como a filosofia da religião de Kant. Também estuda filosofia da religião, em especial epistemologia analítica da religião em autores como Alvin Plantinga, William Lane Craig e William Alston.

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Publicado

2024-07-01

Como Citar

Santos, A. H. S. dos. (2024). Sistematização e apontamentos críticos ao argumento de Hick a favor do pluralismo religioso. Revista Brasileira De Filosofia Da Religião, 9(2), 143–163. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/rbfr/article/view/50488