Das formas de se relacionar com o Outro: algumas considerações acerca da questão da existência de filosofias orientais e não-europeias
DOI:
https://doi.org/10.26512/2358-82842018e26331Palavras-chave:
filosofias orientais, filosofias não-europeias, filosofia comparada, filosofia intercultural, Outro.Resumo
Resumo: Em nosso artigo, teremos por objetivo abordar brevemente a questão sobre a existência de filosofias orientais e não-europeias a partir do problema filosófico do Outro. Com efeito, na discussão sobre a possibilidade de se falar de filosofias orientais e não-europeias, se introduzem, frequentemente, pressuposições filosóficas fundamentais sobre as possibilidades e limites de se compreender e se aproximar de outras culturas, pressuposições que dependem, em larga medida, das concepções que se tem do que seja o Outro e de que modos estariam disponíveis a nós para se relacionar com ele. Sendo assim, parece-nos que a discussão sobre a existência de filosofias orientais e não-europeias leva-nos a trazer à tona uma discussão filosófica fundamental: como que devemos entender o Outro? Por meio da discussão dessa e outras questões filosóficas, acreditamos poder oferecer algumas bases filosóficas e argumentativas para defender a possibilidade de se falar de filosofias orientais e não-europeias, sem que com isso tenhamos que ser levados ao extremo quer de mitificação do Outro, quer de identificação e transposição absoluta de nossas categorias a ele.
Palavras-chave: filosofias orientais, filosofias não-europeias, filosofia comparada, filosofia intercultural, Outro.
Downloads
Referências
BRONKHORST, J (1999). “Why is there philosophy in India?”, Palestra feita em Amsterdam:
Royal Netherlands Academy of Arts and Sciences. Disponível na internet em
https://www.academia.edu/3279201/Why_is_there_philosophy_in_India. Acessado em 13 de
março de 2016.
FLORENTINO, A (2015). “A recepção do pensamento chinês na filosofia moderna”, O que nos
faz pensar, 36: 329-341.
FLORENTINO, A. e GIACOIA, O. (orgs.) (2012). Heidegger e o Pensamento Oriental.
Uberlândia: EDUFU.
GANERI, J (2015). “Blueprint: An Institute for Cosmopolitan Philosophy in a Culturally
Polycentric World”, Perfil de J. Ganeri no Academia.Edu. Disponível na internet em:
https://www.academia.edu/8434737/Blueprint_An_Institute_for_Cosmopolitan_Philosophy_in_
a_Culturally_Polycentric_World. Acessado em 13 de março de 2016.
HADOT, P (2014). Exercícios espirituais e filosofia antiga. Tradução: Flavio Fontenelle Loque
e Loraine Oliveira. São Paulo: Edições Loyola.
HADOT, P (1998). La Philosophie Antique: une Éthique ou une Pratique. In: Études de
Philosophie Ancienne. Paris: Les Belles Lettres.
HADOT, P (2004). O que é a filosofia antiga? Tradução: Dion Davi Macedo. São Paulo: Edições
Loyola.
HEIDEGGER, M (1996). Que é isto ”“ A Filosofia? Tradução e notas: Ernildo Stein. In: Os
Pensadores. São Paulo: Editora Abril.
KING, R (1999). Indian Philosophy: An Introduction to Hindu and Buddhist Thought. Edinburgh:
Edinburgh University Press.
KOPF, G (2017). “Pensando como um budista: apropriações pela Escola de Kyoto do nãodualismo budista” (Trad. Lucas Nascimento Machado), in A Escola de Kyoto e as Suas Fontes
Orientais (Org. Antonio Florentino Neto e Oswaldo Giacoia). Campinas: Editora Phi: 23-43.
LAÊRTIOS, Diôgenes (2008). Vidas e Doutrinas dos Filósofos Ilustres. Tradução: Mário da
Gama Kury. Brasília: Editora Universidade de Brasília.
LEBRUN, G (1975). “Por que filósofo?”, Biblioteca Virtual do CEBRAP. Disponível na internet
em: http://www.cebrap.org.br/v2/files/upload/biblioteca_virtual/por_que_filosofo.pdf. Acessado
em: 13 de março de 2016.
MALL, R (2006). Philosophie im Vergleich der Kulturen. Darmstadt: Wissenschaftliche
Buchgesellschaft.
MALL, R. e PEIKERT, D (2017). Philosophie als Therapie: eine interkulturelle Perspektive.
München: Verlag Karl Aber.
MARTINS, R.A (1983). “A crítica de Hegel à filosofia da Ãndia”, Textos SEAF. 5: 58-116, 1983.
NICHOLSON, A (2016). “Orientalismo, Interpretação, e o Estudo da Filosofia Indiana no
Ocidente”, Revista Científica Guillermo de Ockham. 14(1): 125-132.
NICHOLSON, A (2014). Unifying Hinduism: Philosophy and Identity in Indian Intelectual
History. New York: Columbia University Press.
SACRINI, M (2013). “Sobre o estudo da filosofia indiana”, Discurso. 43: 229-251.
SAID, E (2007). Orientalismo: O Oriente como invenção do Ocidente. Tradução: Rosaura
Eichenberg. São Paulo: Companhia das Letras.
SCHWITZGEBEL, E (2015). “What’s missing in college philosophy classes? Chinese
philosophers”, Los Angeles Times. Disponível na internet em
http://www.latimes.com/opinion/op-ed/la-oe-0913-schwitzgebel-chinese-philosophy-20150913-
story.html. Acessado em 13 de Março de 2016.
SMITH, J. H. E (2009). “What is ‘Non-Western’ Philosophy? Part One”, Justin Erik Halldór
Smith. Disponível na internet em http://www.jehsmith.com/1/2009/12/what-is-non.html.
Acessado em 13 de março de 2016.
VIVEIROS DE CASTRO, E (2015). “Eduardo Viveiros de Castro: 'O que se vê no Brasil hoje é
uma ofensiva feroz contra os índios'”, O Globo. Disponível na internet em
http://oglobo.globo.com/cultura/livros/eduardo-viveiros-de-castro-que-se-ve-no-brasil-hojeuma-ofensiva-feroz-contra-os-indios-17261624. Acessado em 13 de março de 2016.
VIVEIROS DE CASTRO, E (2015). Metafísicas Canibais. São Paulo: Cosac Naify.