Uma visão bioética sobre o uso de animais na pesquisa científica a partir da análise de vídeos do YouTube
DOI:
https://doi.org/10.26512/rbb.v16.2020.39546Palabras clave:
Bioética. Modelos experimentais. Alternativas aos testes com animais. Recursos audiovisuais.Resumen
O uso de animais na pesquisa científica ocorre desde a antiguidade e permitiu grandes avanços na medicina. Atualmente essa prática é utilizada principalmente em estudos sobre processos fisiológicos e patológicos e desenvolvimento de medicamentos e vacinas. Contudo, movimentos contra a utilização de animais na pesquisa têm ocorrido. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar a opinião contida em vídeos do YouTube sobre a utilização de animais na pesquisa. Foi observado que os vídeos que trouxeram uma visão mais neutra foram mais visualizados e houve maior interação com likes, enquanto os vídeos contrários foram menos aceitos pelos expectadores. Nos vídeos a favor do uso de animais na pesquisa houve maior participação de cientistas, bem como citação de métodos alternativos. Este fato sugere que pesquisadores em geral entendem a importância dos métodos alternativos, apesar da substituição nem sempre ser possível. Reflexões sobre a ética no uso de animais são relevantes, mas não se pode perder de vista as legislações e avanços já existentes na área.
Descargas
Citas
Areas APM. Visão crítica da biotecnologia. UFABC, Núcleo de Tecnologias Educa cionais, Santo Andre, SP, 2016, 152 p. Acessível em: https://philpapers.org/archive/ARAVCD.pdf
Bardin L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.
Barros KC. Métodos alternativos para a substituição dos modelos animais na experimentação. Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Fundação Oswaldo Cruz. 2007. Acessível em: http://www.hlog.epsjv.fiocruz.br/upload/monografia/20.pdf
Baumans V. Use of animals in experimental research: An ethical dilemma? Gene Ther 2004; 11: S64–6. Acessível em: https://www.nature.com/articles/3302371.pdf
Brasil. Lei no 11.794, de 8 de outubro de 2008. Regulamenta o inciso VII do § 1o do art. 225 da Constituição Federal, estabelecendo procedimentos para o uso científico de animais; revoga a Lei no 6.638, de 8 de maio de 1979; e dá outras providências.
Acessível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11794.htm
Brasil. Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Acessível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm
Brasil. Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976. Dispõe sobre a vigilância sanitária a que ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos, e dá outras providências. Diário Oficial
da União, Brasília, DF, 24 set. 1976. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/cci
vil_03/leis/l6360.htm
Burgess J, Green J. YouTube e a Revolução Digital: como o maior fenômeno da cultura participativa transformou a mídia e a sociedade. São Paulo: Aleph. 2009: 239 p.
Castells MA. Sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
Cerqueira N. Métodos alternativos ainda são poucos e não substituem totalmente o uso
de animais. Cienc Cult 2008; 60(2): 47–9.
CNS - Conselho Nacional de Saúde. Publicada resolução 466 do CNS que trata de pesquisas em seres humanos e atualiza a resolução 196, 2012. Acessível em: https:// bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/cns/2013/res0466_12_12_2012.html
Cohen, Aaron et al. Mechanism and reversal of drug-induced nephrotoxicity on a chip. Science translational medicine, v. 13, n. 582, p. eabd6299, 2021.
Conde CAG, Alcará AR. Desinformação: qualidade da informação compartilhada em mídias sociais. Xix encontro nacional de pesquisa em ciência da informação – ENANCIB 2018: 1610-1629. Acessível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/v/102482
Congress.gov. H.R. 2617 - Consolidated Appropriations Act, 2023. Became Public Law No: 117-328. 2022. Acessível em: https://www.congress.gov/bill/117th-congress/house--bill/ 2617/text.
Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal, Ministério da Ciência, Tec
nologia e Inovação. Resolução nº 58, de 24 de fevereiro de 2023. Dispõe sobre a proibi
ção do uso de animais vertebrados, exceto seres humanos, em pesquisa científica, de
senvolvimento e controle de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes que
utilizem em suas formulações ingredientes ou compostos com segurança e eficácia
já comprovadas cientificamente e dá outras providências. 2023. Acessível em: https://
www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-58-de-24-de-fevereiro-de-2023-466792333.
de Araújo LEB, Rocha MFM. Testes de animais de laboratórios e a atuação dos movimentos sociais em prol dos animais. Jamaxi Rev História e Humanidades 2018; 2(2): 94–106. Acessível em: https://periodicos.ufac.br/index.php/jamaxi/article/view/2215
De Rezende AH, Peluzio MDCG, Sabarense CM. Animal experimentation: Ethics and the Brazilian legislation. Rev Nutr 2008; 21(2): 237–242. Acessível em: https://www. scielo.br/j/rn/a/8c53nBhytJSW7Zn8PsK5Ptv/?lang=pt&format=pdf
Erren TC, Groß JV, Wild U, Lewis P, Shaw DM. Crediting animals in scientific literature. EMBO Rep 2017; 18(1): 18–20. Acessível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5210078/pdf/EMBR-18-18.pdf
European Chemicals Agency,General Reports. ECHA Communication Unit, 2016. Disponível em: https://echa.europa.eu/documents/10162/2413601/mb-45_general_report_2016_en.pdf/799e7f88-78e1-13a4-b4e0-86f3b172214a, Acesso em 07/10/2023.
Garattini S, Grignaschi G. Animal testing is still the best way to find new treatments for patients. Eur J Intern Med 2017; 39: 32–35. Acessível em: https://www.sciencedirect. com/science/article/abs/pii/S0953620516304101
Guimarães MV, Da Cruz Freire JE, Bezerra De Menezes LM. Use of animals in research: a brief review of legislation in Brazil. Rev. bioét 2016; 24 (2): 217-24. Acessível em: https://www.scielo.br/j/bioet/a/DZgFdNFHRnCT8ydr5Ym7Cpp/?format=pdf&lang=en
Han JJ. FDA Modernization Act 2.0 allows for alternatives to animal testing. Artif Organs. 2023 Mar;47(3):449-450. doi: 10.1111/aor.14503. Epub 2023 Feb 10. PMID: 36762462.
Jaffar AA. YouTube: An emerging tool in anatomy education. Anat Sci Educ. 2012; 5(3): 158–64.
Janis I. L. 1982 [1949]. O problema da validação da análise de conteúdo. In: Lasswell, H; Kaplan, A. A linguagem da política. Brasília: Editora da Universidade de Brasília.
21. Jornal do Brasil. Perícia não constata indícios de maus tratos a animais no Ins tituto Royal.18 de outubro de 2013 Disponível em: https://www.jb.com.br/pais/noticias/2013/10/18/pericia-nao-constata-indicios-de-maus-tratos-a-animais-no-instituto--royal.html Acesso em: 10 de maio de 2021.
Lévy P. Cibercultura. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2000.
Lord CG, Ross L, Mark R. Biased assimilation and attitude polarization Journal of Personality and Social Psychology. 1979; 37(11): 2098–2109. Acessível em: https://psycnet.apa.org/record/1981-05421-001.
Magalhães M, Ortêncio Filho H. Alternativas ao uso de animais como recurso didático. Arq Ciências Veterinárias e Zool Unipar. 2006; 9(2): 147–54. Acessível em: https://revistas.unipar.br/index.php/veterinaria/article/view/358/325
Medeiros JS. Considerações sobre a esfera pública: redes sociais na internet e participação política. TransInformação, Campinas, 2013; 25(1): 27-33. Acessível em: https:// www.scielo.br/j/tinf/a/55V8ZbVsCHtdP6CCRrXgbWB/?format=pdf&lang=pt
Menestrina AC, Zablonsky MJ. Comunicação das boas práticas adotadas por empresas sustentáveis. Intercom - Soc Bras Estud Interdiscip da Comun. 2008; 31(2): 1–12. Acessível em: https://portalintercom.org.br/anais/sul2018/resumos/R60-0746-1.pdf
Morales MM. Métodos alternativos à utilização de animais em pesquisa científica: mito ou realidade? Cienc Cult. 2008; 60(2): 33–6. Acessível em: http://cienciaecultura.bvs. br/pdf/cic/v60n2/a15v60n2.pdf
Oliveira GV de, Abreu PA. A divulgação de vídeos de anatomia do sistema nervoso cen
tral no YouTube. Saúde e pesquisa. 2018; 11(3): 459. Acessível em: https://periodicos.
unicesumar.edu.br/index.php/saudpesq/article/view/6843/3287
Pedro DA. Métodos alternativos ao uso de animais em ensino e pesquisa: evolução e
panorama atual do brasil. Enciclopedia biosfera 2021; 18 (37) 334-348.
Pereira FH, Monteiro GF. Estratégias discursivas em controvérsias midiáticas: análise da cobertura do “caso dos beagles”. Contemporanea: Revista da comunicação e cultura. 2019; 17(1): 122-143. Acessível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/contempo
raneaposcom/article/view/26024/18971.
PETA - Empresas de Cosmético que não utilizam testes em animais – Companies that don´t test on animals. Acessível em: http://www.mediapeta.com/peta/PDF/companiesdonttest.pdf.
Ritskes-Hoitinga, Merel; Barella, Yari; Kleinhout-Vliek, Tineke. The promises of speeding up: Changes in requirements for animal studies and alternatives during COVID-19 vaccine approval–A case study. Animals, v. 12, n. 13, p. 1735, 2022.
Rodrigues GS. Estudo exploratório acerca da utilização de métodos alternativos em substituição aos animais não humanos. Rev Bioética. 2011; 19(2): 577–96. Acessível em: https://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/view/646/674
Rollin BE. Animal research: a moral science. Talking Point on the use of animals in scientific research. EMBO Rep. 2007; 8: 521–5. Acessível em: https://www.ncbi.nlm. nih.gov/pmc/articles/PMC2002540/pdf/7400996.pdf
Soares FR. Vieses cognitivos e COVID-19: a saúde, entre desafios e responsabilida des. IBERC 2020; 3(2): IV-X. Acessível em: https://revistaiberc.responsabilidadecivil. org/iberc/article/view/139/102
Singer P. Animal Rights and Human Obligations 1989.
Singer, P. Ética Prática. Trad. Manuel Joaquim Vieira. Lisboa: Tipografia Lugo, 1993.
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) Academia Brasileira de Ciências (ABC). JC Notícias 4840, 23 de outubro de 2013. Carta de manifestação pública enviada à Câmara dos Deputados: contra a invasão do Instituto Royal. Disponível em: http://200.144.56.34/bitstream/20.500.11832/4891/1/ Of%c3%adcio%20124.pdf.
Svingen, Terje et al. Using alternative test methods to predict endocrine disruption and reproductive adverse outcomes: do we have enough knowledge?. Environmental Pollution, v. 304, p. 119242, 2022.
Tomaél MI, Alcará AR, da Silva TE. Fontes de informação na internet: critérios de quali dade. In: Tomaél, MI, Alcará AR (Orgs.). Fontes de informação digital. Londrina: Eduel, 2016; Cap. 1: p. 13-44.
Yamagata A, Júnior J, Duarte N, Da Silva I. Metodologias in vitro como alternativa ao uso de animais em avaliações toxicológicas de produtos cosméticos. Acta Ciências e Saúde. 2014; 02(03):77–108.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2021 Revista Brasileira de Bioética
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.