A doença rara na infância: como se trabalhar o próprio luto

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/rbb.v16.2020.28582

Palavras-chave:

Criança. Luto. Infância. Doenças raras. Bioética.

Resumo

Este artigo tem como objetivo fazer uma análise reflexiva da literatura a respeito do enfrentamento da doença rara na infância, sobre a dúvida de se contar ou não contar a difícil notícia pediátrica, se esta notícia seria benéfica ou maléfica para o paciente. Como conversar com a criança sobre o enlutamento da sua própria doença rara e, por vezes, com possibilidade de sua morte? Nesse momento, a Bioética se faz presente, nas questões voltadas para a saúde e a vida do paciente infantil, que muitas vezes passa por discriminação e violação dos direitos humanos. Pode ocorrer, então, o enlutamento devido a sua doença, com perdas significativas para esse paciente. O artigo volta-se, ainda, para a responsabilidade ética na busca da qualidade de vida, respeitando-se os princípios da autonomia, justiça, beneficência e não maleficência do paciente, seus familiares e cuidadores, propondo a brincadeira como modo de se falar com o paciente infantil sobre a sua doença.

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Biografia do Autor

Solange Wiegand, Programa de Pós-graduação em Bioética da PUCPR. Curitiba, PR, Brasil.

Mestre em Bioética pelo PPGBioética PUCPR. Graduada em Psicologia pela Universidade Tuiuti do Paraná. Especialização em Recursos Humanos. Especialista em Psicologia Organizacional. Formação em Tanatologia pela Faculdade de Medicina da USP.

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Publicado

2021-06-24

Como Citar

Bowoniuk Wiegand, S. do C. ., & Rosaneli, C. F. (2021). A doença rara na infância: como se trabalhar o próprio luto. Revista Brasileira De Bioética, 16, 1–19. https://doi.org/10.26512/rbb.v16.2020.28582

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