O Fédon e a dupla fundamentação do “conhece-te a ti mesmo”

Autores

  • Yasmin Jucksch Universidade Federal Fluminense

Palavras-chave:

Platão;, Fédon;, Auto-conhecimento;, Morte;, Phronesis

Resumo

meléte thanátou é exposto no Fédon como um processo depurativo da alma que se identifica com o próprio fazer filosófico. Este exercício repetido e prolongado a que Sócrates dedica toda a sua vida é descrito como uma lida que se caracteriza por dois movimentos complementares: de um lado, o corte de relações entre a alma e o corpo (64e-65a; 84a-b), em que o filósofo deixa de se regozijar com prazeres por ele ressignificados, e, de outro, a “concentração da alma em si mesma”, em que as particularidades dos “desejos corporais” dispersivos são abandonadas (64e-65a; 84a-b). Embora não seja possível detectar com clareza se a relação entre ambos os movimentos é de natureza causal ou simultânea, a relevância desta distinção encontra-se na importante diferenciação entre uma psyché infectada e desmemoriada e uma alma que, abandonando a pretensão de alcançar a verdade pelos sentidos e valendo-se da reminiscências das Ideias inteligíveis, torna-se magistralmente capaz de operar a crucial distinção entre a verdade e a falsidade dos seres.

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Biografia do Autor

Yasmin Jucksch, Universidade Federal Fluminense

Economista, pesquisador em Metafísica, escritor e membro da Academia Maçônica de Letras do Distrito Federal. 

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Publicado

2016-11-07

Como Citar

Jucksch, Y. (2016). O Fédon e a dupla fundamentação do “conhece-te a ti mesmo”. PHAINE: Revista De Estudos Sobre Antiguidade, 1(1), 119–129. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/phaine/article/view/7190

Edição

Seção

Artigos