Hibridismo de papeis do inspetor nos interrogatórios policiais na delegacia da mulher

Autores

  • Paulo Cortes Gago Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Priscila Júlio Guedes Pinto Universidade Federal de Juiz de Fora

DOI:

https://doi.org/10.26512/les.v16i2.7478

Palavras-chave:

interação; papéis; prática profissional; Análise da Conversa; Inspetor de polícia

Resumo

Investigamos o papel de um inspetor de polícia de uma delegacia da mulher a partir do instrumental da Análise da Conversa e da perspectiva situada dos papéis em interação, em trabalho qualitativo de pesquisa, tendo nas sequencias interacionais, gravadas e transcritas de acordo com o modelo Jefferson o insumo para estudo. Como resultado, apontamos a presença de hibridismo de papéis em sua atuação, o que abre a discussão sobre a (re)descrição de sua prática profissional em contribuição aplicada.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Paulo Cortes Gago, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Graduado em Letras pela Universidade Federal Fluminense com Licenciatura em Português/Alemão (1993), mestre em Linguística Aplicada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1997), doutor em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2002) e pós-doutor em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Ao longo de seu percurso, passou por algumas instituições públicas de ensino superior. Na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF - 2002 ”“ 2015), foi Professor Associado do Programa de Pós-Graduação em Linguística, lecionando nas áreas de Linguística e Língua Portuguesa na graduação. Aí, teve a oportunidade de ser editor da Revista Veredas de Estudos Linguísticos entre os anos de 2003 e 2009 e coordenador do comitê de ética em pesquisa em seres humanos,  entre setembro de 2013 e fevereiro de 2015. No período de 2006 a 2009, foi Professor Adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) do Departamento de Linguística. Atualmente, é professor associado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do departamento de Letras Anglo-Germânicas, e trabalha com o ensino de Alemão como Língua Estrangeira (DaF) na graduação, atuando também no Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em Linguística Aplicada, desenvolvendo pesquisa na área de Linguagem e Interação. Nos últimos anos, tem investigado práticas profissionais em contextos institucionais, com ênfase na intervenção de terceiras partes em situações de conflito, como o PROCON e a Vara de Família. Em interesse recente, começou a desenvolver trabalhos na área da saúde mental, investigando o gênero entrevista psiquiátrica. Possui participação externa como parecerista em comissões editoriais de revistas em âmbito nacional e exerce a função de pesquisador de produtividade de pesquisa do CNPq.

Priscila Júlio Guedes Pinto, Universidade Federal de Juiz de Fora

Doutoranda em Linguística na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e professora de Português/Espanhol do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais (IFSUDESTE-MG). Atualmente, desenvolve, juntamente com o Prof. Dr. Paulo Cortes Gago, trabalhos relacionados à pratica policial no contexto da Delegacia da Mulher. Atua na área de Linguística Interacional, com ênfase na Linguística Aplicada das Profissões. 

Referências

BEACUCHAMP, T. L.; CHILDRESS, J. F. Moral norms. In: ______. Principles of biomedical ethics. New York: Oxford University press, 2001. p. 1-25.

BERGER, P. L. E LUCKMANN, T. A Construção Social da Realidade: Tratado de Sociologia do Conhecimento. New York: Anchor Boks, 1996. Tradução de: BERGER, P. L. E LUCKMANN, T. The social construction of reality: A treatise in the sociology of knowledge. New York: Anchor Books, 1966.

DEL CORONA, M. de O. O universo do 190 pela perspectiva da fala-em-interação. Tese de doutorado. 245f. Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, 2011.

GAGO, P. C. A organização sequencial da conversa. Calidoscópio, v. 3, n. 2, p. 61-73, 2005.

GONÇALVES, C. A. V. Usos morfológicos: os processos marginais de formação de palavras em português. Gragoatá, v. 21, p. 219-242, 2006.

Heritage, J. Conversation analysis and institutional talk: analysing data. In: Silverman, D. (Ed.) Qualitative Research: Theory, Method and Practice. London: Sage: 1997. p. 161-182.
LINTON, R. The status-role concept. In: HOLLANDER, E. P. and HUNT, R. G. (Eds). Classic Contributions to Social Psychology. New York: Oxford University Press, 1971. p. 111-114.

MERTON, R. Social Theory and Social Structure. New York: Free Press, 1968.

PARSONS, T. Essays in Sociological Theory. Glencoe, IL.: The Free Press, 1954.

PINTO, P.J.G. Práticas sequenciais de negociação nos interrogatórios policiais da Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Mulher. 180f. Dissertação (Mestrado em Letras e
Linguística) ”“ Faculdade de Letras, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2009.

RAFFESTIN, C. Repères pour une théorie de la territorialité humaine. In: DUPUY, G. et al. Réseaux territoriaux. Caen, Paradigma, 1988.

RUBIN, H. J.; RUBIN, I. S. The Art of Hearing Data. Qualitative Interviewing. Thousand Oaks: Sage, 1995.

SACKS, H.; SCHEGLOFF, E. A.; JEFFERSON, G. Sistemática elementar para a organização da tomada de turnos para a conversa. Revista Veredas de Estudos Linguísticos, v. 7, n. 2, p. 01-67, jan./dez. 2003. Traducão do original: 1974. A Simplest Systematics for the Organization of Turn Taking for Conversation. Language, v. 50, n. 4, p. 696-735. Disponível em: http://www.ufjf.br/revistaveredas/files/2009/12/artigo14.pdf

SAMPAIO, L. R. C.; BRAGA NETO, A. O que é mediação de conflitos. São Paulo: Brasiliense, 2007.

SARANGI, S. Reconfiguring self/identity/status/role: The case of professional role performance in healthcare encounters. Journal of Applied Linguistics and Professional Practice. Bern: Peter Lang, p. 33-57, 2010.

______. Role hybridity in professional practice. In: Sarangi, S.; Polese, V.; Caliendo, G. (Eds.). Genre(s) on the Move: Hybridisation and Discourse Change in Specialised Communication. Roma: Edizioni Scientifiche Italiane, 2011. p. 271-296.

______. The conditions and consequences of professional discourse studies. In: R. Kiely, P. Rea-Dickins, H. Woodfield and G. Clibbon (Eds.). Language, Culture and Identity in Applied Linguistics. London: Equinox, 2006. p. 199-220.

SCHEGLOFF, E. Sequence organization: a primer in conversation analysis. New York:Cambridge University Press, 2007.

________. Sequence-closing thirds. In: ______. Sequence organization. Estados Unidos: Califórnia, 1995. cap. 12, p. 242-244.

SIDNELL, J.; STIVERS, T. The handbook of conversation analysis. Oxford, UK: WileyBlackwell, 2013.

ZIMMERMAN, D. H. Identity, context and Interaction. In: ANTAKI, C. and WIDDICOMBE, S. (Eds.). Identities in Talk. London: Sage, 1998. p. 87-107.

Downloads

Publicado

2015-11-30

Como Citar

Gago, P. C., & Pinto, P. J. G. (2015). Hibridismo de papeis do inspetor nos interrogatórios policiais na delegacia da mulher. Cadernos De Linguagem E Sociedade, 16(2), 53–73. https://doi.org/10.26512/les.v16i2.7478

Edição

Seção

Artigos de pesquisa