Hibridismo TV-escola em práticas de letramento como lógica possível: contraste de vozes na produção de trans-experiências de gênero e sexualidade
DOI:
https://doi.org/10.26512/les.v16i2.7476Palavras-chave:
hybrid literacy practices, voicing contrast, trans-experiences, gender and sexualityResumo
Levando-se em consideração a relação entre mídia e processos de construção de sentido, o propósito deste artigo é examinar uma etnografia colaborativo-intervencionista realizada em um contexto de letramento específico ”“ aulas de História em uma escola pública, nas quais a professora, dois pesquisadores e alunos de 5ª série do ensino fundamental trabalham cooperativamente no descentramento de visões naturalizadas de gênero e sexualidade. Fazendo amplo uso de textos midiáticos e de hibridismo radical, o grupo trabalha na construção de práticas de letramento que desestabilizem certezas, ao fazê-lo atravessar fronteiras (MIGNOLO, 2000) e negociar novas perspectivas para a vida social. Ao dramatizar vozes sociais cristalizadas e se engajar no que chamamos de trans-experiências, o grupo indica que matrizes sociais e significados solidificados, em lugar de simplesmente se imporem aos indivíduos, são reanimados e reconstruídos na interação. Tal movimento ganha visibilidade através da abordagem microanalítica empregada que, ao capturar contrastes sutis de vozes, indexicalizados por diferentes registros, explora um fluxo performativo robusto, apesar de quase imperceptível em sua delicadeza.
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