TRANSFORMAÇÕES DISCURSIVAS DAS IDENTIDADES DE GÊNERO NA MÍDIA

Autores

  • Ana Paula Rabelo Silva Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
  • Maria Izabel Magalhães Universidade de Brasilia - UnB

DOI:

https://doi.org/10.26512/les.v18i2.5790

Palavras-chave:

Gênero Social, Identidade, Análise de Discurso Crítica

Resumo

A Análise de Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 2001, 2003) tem contribuído, no Brasil (MAGALHÃES, 2005; 2009), também para as pesquisas que sugerem situações de transformação social e/ou de opressões no que diz respeito aos gêneros sociais. Realizamos uma investigação sobre como o discurso da mídia se relaciona com esses processos de transformações de identidades de gênero. Dessa forma, é nosso objetivo investigar como o discurso da revista L’Officiel Hommes Brasil Nº.4 (dezembro/2014), e suas transformações discursivas e textuais, construindo e representando práticas socioculturais, sugere identidades de gênero masculinas. Para a realização da pesquisa, utilizamos os conceitos de identidade, de Hall (2003; 2011) e Fairclough (2003); também de gênero social, de Butler (2013), Magalhães (2005; 2009) e Heberle et al. (2006). Como método para esta pesquisa, utilizamos a Análise de Discurso Textualmente Orientada (ADTO) de Fairclough (2003) e de Magalhães (2005). Consideraremos apenas a categoria da modalidade, relacionada à função interpessoal, de Halliday (1994), e seus objetivos de descrição dos graus de afinidades relacionados a: a) representação discursiva (sentido relacional); b) identidades sociais (sentido identificacional); e c) controle das formas de construção da realidade (doutrinação), conforme Magalhães (2005). A análise dos textos indica que as transformações das identidades de gênero não apenas apontam para uma fragmentação de identidades, mas também (e ao mesmo tempo) para uma fluidez de composições sociais que fragilizam a hegemonia do padrão heteronormativo, mas não racial. Os textos analisados não só indicam as transformações de gênero, bem como se apresentam situados na lógica das práticas discursivas do poder hegemônico a fim de garantir um controle das referidas transformações nas identidades de gênero baseado na relação entre “modos de consumo” e “modos de vida”. 

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Biografia do Autor

Ana Paula Rabelo Silva, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

Possui graduação em Letras pela Universidade Estadual do Ceará (1998). No Programa de Pós-Graduação em Linguística, da Universidade Federal do Ceará, realizou seu mestrado em Linguística/Descrição e Análise de Língua (2003) e o doutorado (2017) em Linguística/Práticas Discursivas e Estratégias de Textualização. Na UFC, é membro do Grupo de Estudos em Discurso, Identidade e Práticas sociais (GEDIP/PROTEXTO/UFC). Leciona no curso de Letras da Universidade da Integração Internacional Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). Atualmente, realiza pesquisas nas áreas de Análise de Discurso Crítica, Gêneros Sociais, Gêneros discursivos e Metodologias da Pesquisa.

Maria Izabel Magalhães, Universidade de Brasilia - UnB

Possui Licenciatura em Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Respectivas Literaturas pela Universidade de Brasília (1970), Mestrado em Lingüística para o Ensino da Língua Inglesa - Universidade de Lancaster, Reino Unido (1976), com bolsa do Conselho Britânico, Doutorado em Lingüística (1985), com bolsa do CNPq, e Pós-Doutorado (1993 a 1994) - Universidade de Lancaster, com bolsa da Capes. Entrou na Universidade de Brasília como professora em 1978 e, de outubro de 1987 a fevereiro de 1988, foi Professora Visitante na Universidade Federal do Ceará. Foi coordenadora de um convênio de pesquisa internacional, envolvendo a Universidade de Brasília, a Universidade Estadual de Campinas e a Universidade de Lancaster, Reino Unido, financiado pelo Conselho Britânico e pela Capes, de 1992 a 1999. De 1997 a 2001, foi Coordenadora de Pós-Graduação em Lingüística da Universidade de Brasília e, nessa ocasião, fundou o Doutorado em Lingüística dessa instituição. Foi Professora Visitante na Universidade Federal do Ceará, Departamento de Letras Vernáculas, e atualmente é Pesquisadora Colaboradora da Universidade de Brasília. Membro efetivo da Associação Latino-Americana de Analistas do Discurso (Aled), da Associação Brasileira de Lingüística (Abralin) e da Associação de Lingüística Aplicada do Brasil (Alab), e pesquisadora/consultora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, nível 1D, Izabel Magalhães publicou os seguintes livros:"Análise de Discurso Crítica: um método de pesquisa qualitativa" (2017, com André Ricardo Martins e Viviane de Melo Resende), "Discursos e práticas de letramento: pesquisa etnográfica e formação de professores" (2012), "Práticas identitárias: língua e discurso" (2006, com Marisa Grigoletto e Maria José Coracini), D.E.L.T.A., 21, Especial (2005, com Kanavillil Rajagopalan), "Discurso, gênero e educação" (2003, com Maria Christina Leal), "Eu e tu: a constituição do sujeito no discurso médico" (2000), e "As múltiplas faces da linguagem" (1996). Foi organizadora do periódico "Cadernos de Linguagem e Sociedade", do Núcleo de Estudos de Linguagem e Sociedade (Nelis/Ceam) da Universidade de Brasília de 1995 a 2008. Até 2007, foi também coordenadora do Núcleo. Tem experiência na área de Lingüística e Lingüística Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: análise de discurso, letramento, discurso médico-paciente, gênero e linguagem, identidades, e metodologia etnográfica.

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Publicado

2017-10-06

Como Citar

Silva, A. P. R., & Magalhães, M. I. (2017). TRANSFORMAÇÕES DISCURSIVAS DAS IDENTIDADES DE GÊNERO NA MÍDIA. Cadernos De Linguagem E Sociedade, 18(2), 45–63. https://doi.org/10.26512/les.v18i2.5790