Modos Queer de pesquisar e a questão racial: conjugando epistemologias feministas, interseccionalidade e decolonialidade

Autores

  • Thais Regina Santos Borges PUC-Rio

DOI:

https://doi.org/10.26512/les.v21i2.35198

Palavras-chave:

queer, interseccionalidade, decolonialidade, epistemologias feministas, branquitude

Resumo

O objetivo deste ensaio é pensar a produção de conhecimento engajada com princípios de justiça social, ao se ocupar de fenômenos sociais em que a linguagem enquanto sociossemiose tem um papel fundamental. Nesse contexto, procuro refletir sobre o fazer acadêmico queer em um paradigma interseccional e decolonial, necessariamente contra-hegemônico, feminista e antirracista, que centraliza a formulação de entendimentos acerca da relação micro/macro, em processos que fomentem o sentir crítico na pesquisa como locus de reflexividade crítica, no contexto da academia como espaço institucional da branquitude.

 

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Publicado

2020-12-31

Como Citar

Borges, T. R. S. (2020). Modos Queer de pesquisar e a questão racial: conjugando epistemologias feministas, interseccionalidade e decolonialidade. Cadernos De Linguagem E Sociedade, 21(2), 435–451. https://doi.org/10.26512/les.v21i2.35198

Edição

Seção

Dossiê: Perspectivas Queer nos Estudos da Linguagem