ANÁLISE ETNOSSEMÂNTICA DE NOMES COMUNS DE ABELHAS E VESPAS (INSECTA, HYMENOPTERA) NA TERRA INDÍGENA PANKARARÉ, BAHIA, BRASIL

Autores

  • Eraldo Medeiros Costa Neto Universidade Estadual de Feira de Santana

DOI:

https://doi.org/10.26512/les.v14i1.22248

Palavras-chave:

Etnoentomologia. Etnotaxonomia. Conhecimento tradicional. Semântica.

Resumo

Este artigo focaliza a etnotaxonomia e importância de abelhas e vespas para os índios Pankararé, grupo residente em uma região semiárida do Nordestedo Estado da Bahia, Brasil. Os dados foram obtidos mediante entrevistas semiestruturadas com 14 indivíduos (nove homens e cinco mulheres) da aldeia Brejo do Burgo. Um total de 23 etnoespécies foi registrado e “abeia” é o rótulo usado para apídeos e vespídeos. As “abeias” são classificadas em “abeias-brabas” e “abeias-mansas” e em três taxa intermediários dependendo da posse do ferrão e se conseguem ferroar repetidamente. Esses insetos desempenham significativos papéis na vida social, econômica e cultural desse grupo indígena.

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Biografia do Autor

Eraldo Medeiros Costa Neto, Universidade Estadual de Feira de Santana

Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal de Alagoas (1998); Doutor em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos (2003). Pós-doutorado em Biologia na UNAM (2005), onde trabalhou em etnoentomologia. Professor Titular da Universidade Estadual de Feira de Santana, onde atua como docente desde 1995 na disciplina Etnobiologia. Em Ecologia, atua nos seguintes temas: etnoentomologia, etnozoologia, conhecimentos tradicionais, zooterapia e medicina tradicional.

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Publicado

2013-06-28

Como Citar

Costa Neto, E. M. (2013). ANÁLISE ETNOSSEMÂNTICA DE NOMES COMUNS DE ABELHAS E VESPAS (INSECTA, HYMENOPTERA) NA TERRA INDÍGENA PANKARARÉ, BAHIA, BRASIL. Cadernos De Linguagem E Sociedade, 14(1), 237–251. https://doi.org/10.26512/les.v14i1.22248

Edição

Seção

Artigos de pesquisa