Poemas entre músicas:
dialogia melopoética e(m) uma didática contemporânea
DOI:
https://doi.org/10.1590/2316-40183710Resumo
A partir do sentido dialógico de uma dada linguagem poético-musical pode se estruturar um processo didático com atividades que melhor relacionem literatura e música (popular e clássica). Referente à audição de músicas e leitura literária, essa didática objetiva entender os alunos como indivíduos representados por um forte componente dialógico de recepção ético-estética. Assim, no atual contexto social de globalização hiperfacetada e informações multissemióticas acredita-se que, à medida que o aluno-indivíduo perceba a relação dessa dialogia artística, a percepção da musicalidade implícita nos versos de poemas possibilitará que ela seja apreendida, também, como elemento melopoético contemporâneo. Para tanto, e apoiados em conceitos de Mikhail Bakhtin, Octavio Paz, José Miguel Wisnik, Luiz Tatit e Jusamara Souza, os fundamentos teóricos de tal processo didático valorizam, basicamente, uma concepção comparada, dialógica e interacionista dessas linguagens artísticas.
Downloads
Referências
ABEM (2001). Anais do X Encontro Anual da Associação Brasileira de Educação Musical. Uberlândia: ABEM.
ANDRADE, Mário de (1991). Aspectos da música brasileira. Belo Horizonte/Rio de Janeiro: Villa Rica.
ANTUNES, Arnaldo (2005). 40 escritos. São Paulo: Iluminuras.
ARRIGUCCI Jr., Davi (2000). O cacto e suas ruínas: a poesia entre outras. São Paulo: Duas Cidades.
BAKHTIN, Mikhail (2003). Estética da criação verbal. Trad. Maria Ermantina Galvão G. Pereira. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes.
BARTHES, Roland (2004). O grau zero da escrita. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes.
BOSI, Alfredo (2003). O ser e o tempo da poesia. 3. ed. São Paulo: Cia. das Letras.
BRANDÃO, Roberto de Oliveira (Org.) (1992). “Aristóteles. Horácio. Longino”. A poética clássica. São Paulo: Cultrix.
DAGHLIAN, Carlos (Org.) (1995). Poesia e música. São Paulo: Perspectiva.
FREIRE, Vanda Lima Bellard (1992). Música e sociedade ”“ uma perspectiva histórica e uma refl exão ao ensino superior de música. Tese. Rio de Janeiro: ABEM.
GRIFFITHS, Paul (1998). A música moderna. Trad. Clóvis Marques. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
GINSBURG, Carlo (2007). O fi o e os rastros: verdadeiro, falso e fictício. São Paulo: Cia. das Letras.
HARNONCOURT, Nikolaus (1993). O diálogo musical: Monteverdi, Bach e Mozart. Trad. Luiz Paulo Sampaio. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
HOUAISS, Antonio (2001). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Objetiva.
JOURDAIN, Robert (1998). Música, cérebro e êxtase: como a música captura nossa imaginação. Trad. Sônia Coutinho. Rio de Janeiro: Objetiva.
MATOS, Cláudia Neiva de; MEDEIROS, Fernanda Teixeira de; TRAVASSOS, Elizabeth (Orgs.) (2001). Ao encontro da palavra cantada: poesia, música e voz. Rio de Janeiro: 7 Letras.
MED, Bohumil (1996). Teoria da música. 4. ed. Brasília, DF: Musimed.
MELLO e SOUZA, Gilda de (2003). O tupi e o alaúde. São Paulo: Editora 34.
MORICONI, Ãtalo (2002). A poesia brasileira do século XX. Rio de Janeiro: Objetiva.
OLIVEIRA, Solange Ribeiro de (2002). Literatura e música. São Paulo: Perspectiva.
PAES, José Paulo (1997). Os perigos da poesia: e outros ensaios. Rio de Janeiro: Toopbooks.
PALUMBO, Patrícia (2002). Vozes do Brasil. São Paulo: DBA.
PAZ, Octavio (1982). O arco e a lira. Trad. Olga Savary. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
PERMUSI (2003). Revista de perfomance musical. Belo Horizonte: Escola de Música da UFMG. v. 8. julho-dezembro.
PIGNATARI, Décio (1974). Semiótica e literatura. São Paulo: Perspectiva.
ROWELL, Lewis (1990). Introducción a la fi losofi a de la música. Barcelona: Romanyà /Valls.
SANTAELLA, Lúcia (2005). Matrizes da linguagem e pensamento sonoro, visual, verbal. São Paulo: Iluminuras.
SCHER, Steven Paul (1981). “Comparing literature and music: current trends and prospects in critical theory and methodology”. In: KONSTANTINOVIC, Zoran; SCHER, S. Paul and WEISSTEIN, Ulrich (Orgs.). Literature and the other arts. Proceedings of the IX Congress of the International Comparative Literature Association. University of Innsbruck.
SOUSA, Jusamara (Org.) (2000). Música, cotidiano e educação. Porto Alegre: Programa de Pós-graduação em Música do Instituto de Artes da UFRGS.
TATIT, Luiz (2007). Publifolha, Todos entoam. São Paulo: Publifolha.
________ (1986). A canção: efi cácia e encanto. São Paulo: Atual.
TINHORÃO, José Ramos (2000). A música popular no romance brasileiro. 2. ed. São Paulo: 34.
________ (1991). Pequena história da música popular. 6. ed. São Paulo: Art Editora.
TEZZA, Cristóvão (2003). Entre a prosa e a poesia: Bakhtin e o formalismo russo. Rio de Janeiro: Rocco.
TINOCO, Robson Coelho (2002). “Literatura e ensino: proposta para uma leitura dialógica do mundo na (da) sala de aula”. In: Anais do encontro internacional ”“ Mikhail Bakhtin. Curitiba: EdUFPR.
TRAVASSOS, Elizabeth (2000). Modernismo e música brasileira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
WISNIK, José Miguel (2004). Sem receita. São Paulo: Publifolha.
________ (2001). “A gaia ciência ”“ literatura e música popular no Brasil”. In: MATOS, Cláudia Neiva de; MEDEIROS, Fernanda Teixeira de; TRAVASSOS, Elizabeth (Orgs.). Ao encontro da palavra cantada: poesia, música e voz. Rio de Janeiro: 7 Letras.
ZUMTHOR, Paul (2000). Performance, recepção e leitura. São Paulo: Educ.
________ (1990). O discurso dos sons: caminhos para uma nova compreensão musical. 2. ed. Trad. Marcelo Fagerlande. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os(as) autores(as) mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons de Atribuição-Não Comercial 4.0, o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
b) Os(as) autores(as) têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d) Os(as) autores(as) dos trabalhos aprovados autorizam a revista a, após a publicação, ceder seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares.
e) Os(as) autores(as) assumem que os textos submetidos à publicação são de sua criação original, responsabilizando-se inteiramente por seu conteúdo em caso de eventual impugnação por parte de terceiros.