Anomia e divergência em Barrela, de Plínio Marcos
Resumo
Este trabalho analisa a peça inaugural de Plínio Marcos, Barrela (1958), cujo enredo põe em cena personagens do submundo criminal confinados numa cela, tendo que conviver de acordo com regras estipuladas por um exclusivo código interno. Este tem as suas semelhanças com o código oficial do qual tornaram-se vítimas, na medida em que com ele faltaram no cumprimento de deveres legais que garantem a ordem social. Esse dado, por si só, já apresenta interesse suficiente para uma análise específica dos fenômenos referidos, mas a abordagem do trabalho não se detém somente nos possíveis aspectos sociológicos das circunstâncias da vida carcerária num país como o Brasil. A construção formal do texto de Plínio Marcos (no que ressalta a qualidade ímpar de sua linguagem) e algumas questões referentes à s suas opções temáticas (em cotejo com singularidades do universo dramático de seu “precursor” Nelson Rodrigues) são exploradas para uma melhor compreensão do posicionamento e importância da obra pliniana no panorama do teatro brasileiro.
Downloads
Referências
ARISTÓTELES. Poética. São Paulo: Nova Cultural, 1999.
BERRETTINI, Célia. O teatro ontem e hoje. São Paulo: Perspectiva, 1980.
DURKHEIM, Émile. O suicídio. São Paulo: Martin Claret, 2003.
FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. São Paulo: Loyola, 1996.
FRANKENA, William K. Ética. Rio de Janeiro: Zahar, 1969.
GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da imagem deteriorada. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.
GOLDWASSER, Maria Júlia. “Cria fama e deita-te na cama: um estudo da estigmatização numa instituição total”, em VELHO, Gilberto. Desvio e divergência: uma crítica da patologia social. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.
MARCOS, Plínio. Melhor teatro. São Paulo: Global, 2002.
MERTON, Robert. Sociologia: teoria e estrutura. São Paulo: Mestre Jou, 1970.
MIRANDA, Luciana Lobo. “Subjetividade: a (des)construção de um conceito”, em Subjetividade em questão: a infância como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Sette Letras, 2000.
MURAD, Maurício. Dos pés à cabeça: elementos básicos de sociologia do futebol. Rio de Janeiro: Irradiação Cultural, 1996.
PEREIRA, Victor Hugo Adler. A musa carrancuda: teatro e poder no Estado Novo. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1998.
PRADO, Décio de Almeida. O teatro brasileiro moderno. São Paulo: Perspectiva, 2001.
_______. A personagem no teatro, em CANDIDO, Antonio (org.). A personagem de ficção. São Paulo: Perspectiva, 1976.
ROSENFELD, Anatol. “Reflexões sobre o romance moderno”, em _______. Texto/Contexto. São Paulo: Perspectiva, 1969.
SANTOS, Francisco Venceslau dos (org.). Prismas: as imposturas da transgressão. Rio de Janeiro: Caetés, 2000.
VÁSQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969.
ZANOTTO, Ilka Marinho. “Descida aos infernos”, prefácio a _______ (org.). Melhor teatro de Plínio Marcos. São Paulo, Global, 2002.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os(as) autores(as) mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons de Atribuição-Não Comercial 4.0, o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
b) Os(as) autores(as) têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d) Os(as) autores(as) dos trabalhos aprovados autorizam a revista a, após a publicação, ceder seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares.
e) Os(as) autores(as) assumem que os textos submetidos à publicação são de sua criação original, responsabilizando-se inteiramente por seu conteúdo em caso de eventual impugnação por parte de terceiros.