Representações da criança na literatura de autoria indígena
DOI:
https://doi.org/10.1590/2316-4018462Resumen
A literatura indígena brasileira, que adquire notoriedade a partir dos anos 1990 no bojo de um movimento mais amplo de valorização das diferenças, configura-se como espaço de produção de narrativas híbridas, multimodais e interculturais. As obras escritas por autores de diferentes etnias são um registro privilegiado do contato entre povos, nelas se inscrevem marcas identitárias e se procede, por vezes, a uma contestação de visões monolíticas e representações estereotipadas sobre os índios. Neste texto, o objetivo é analisar representações da criança em sete obras escritas pelos autores indígenas Daniel Munduruku, Olívio Jekupé, Yaguerê Yamã e Wasiry Guará. A análise mostra a recorrência de três estratégias representacionais: a afirmação do pertencimento étnico das personagens; o posicionamento da criança como sujeito ativo e a afirmação da memória e do lugar social dos anciãos no aprendizado das crianças.
Descargas
Citas
ARIÈS, Philippe (1983). A história social da criança e da família. Rio de Janeiro: Guanabara.
ALENCAR, José de (1991). Iracema. 24. ed. São Paulo: Ática.
ALENCAR, José de (1996). O Guarani. 20. ed. São Paulo: Ática.
ALMEIDA, Maria Inês de (2009). Desocidentada: experiência literária em terra indígena. Belo Horizonte: Editora UFMG.
BAUMAN, Zygmunt (1999). Modernidade e ambivalência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
BERND, Zilá (1992). Literatura e identidade nacional. Porto Alegre: Editora URFGS.
BOSI, Alfredo (1992). Dialética da colonização. 3. ed. São Paulo: Companhia das Letras.
BUJES, Maria Isabel E. (2000). O fio e a trama: as crianças nas malhas do poder. Educação & Realidade, v. 4, n. 1, p. 25-44.
BUJES, Maria Isabel E. (2002). Infância e maquinarias. Rio de Janeiro: DP&A.
CADEMARTORI, Ligia (1994). O que é literatura infantil. 6. ed. São Paulo: Brasiliense.
CLASTRES, Pierre (1982). A sociedade contra o estado. Rio de Janeiro: Francisco Alves.
COHN, Clarice (2005). Antropologia da criança. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
COLOMER, Teresa (2003). A formação do leitor literário. São Paulo: Global.
GUARÁ, Wasiry (2007). O caso da cobra que foi pega pelos pés. Ilustrações de Ana Luiza Mello. Rio de Janeiro: Imperial; Novo Milênio.
HALL, Stuart (1997). A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções culturais no nosso tempo. Educação & Realidade, v. 22, n. 2, jul./dez..
HALL, Stuart (2003). Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG; Brasília: UNESCO.
HUNT, Peter (2010). Crítica, teoria e literatura infantil. São Paulo: Cosac Naify.
JEKUPÉ, Olívio (2002). Iarandu: o cão falante. São Paulo: Peirópolis.
JEKUPÉ, Olívio (2003). Verá: o contador de histórias. São Paulo: Peirópolis.
JEKUPÉ, Olívio (2006). Ajuda do saci Kamba’i. Ilustrações de Rodrigo Abrahim. São Paulo: CDL.
JEKUPÉ, Olívio (2011). Tekoa: conhecendo uma aldeia indígena. São Paulo: Global.
LAJOLO, Marisa (1997). Infância de papel e tinta. In: FREITAS, Marcos Cézar (Org.). História social da infância no Brasil. São Paulo: Cortez.
LOBATO, Monteiro (1927[1972]). Aventuras de Hans Staden. São Paulo: Brasiliense.
MATO, Daniel (1997). Culturas indígenas y populares en tiempos de globalización. Nueva Sociedad, n. 149, p. 100-113.
MUNDURUKU, Daniel (2001). O diário de Kaxi: um curumim descobre o Brasil. Ilustrações das crianças Munduruku da aldeia Kato. São Paulo: Salesiana.
MUNDURUKU, Daniel (2002). Kabá Darebu. Ilustrações de Marie-Thérése Kowalczyk. São Paulo: Brinque e Book.
MUNDURUKU, Daniel (2009). Caçadores de aventuras. Ilustrações de Inez Martins. São Paulo: Caramelo.
NARODOWSKI, Mariano (2008). Infância y poder: la conformación de la pedagogia moderna. Buenos Aires: Aique Educación.
PESSOA, Fernando (1994). Livro do desassossego. Campinas: Editora UNICAMP.
SILVA, Aracy Lopes da; NUNES, Angela (2002). Introdução: contribuições da etnologia indígena brasileira à antropologia da criança. In: SILVA, Aracy Lopes da; MACEDO, Ana Vera Lopes da; NUNES, Angela (Orgs.). Crianças indígenas: ensaios antropológicos. São Paulo: Global.
SILVA, Tomaz Tadeu da (2012). A produção social da identidade e da diferença. In: SILVA, Tomaz Tadeu da. Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes.
THIÉL, Janice (2012). Pele silenciosa, pele sonora: a literatura indígena em destaque. Belo Horizonte: Autêntica.
YAMÃ, Yaguare (2008). As pegadas do Kurupyra. Ilustrações de Uziel Guaynê. São Paulo: Mercuryo Jovem.
ZILBERMAN, Regina (2005). Como e por que ler a literatura infantil brasileira. Rio de Janeiro: Objetiva.
ZILBERMAN, Regina; LAJOLO, Marisa (1993). Um Brasil para crianças ”“ Para conhecer a literatura infantil brasileira: histórias, autores e textos. 4. ed. São Paulo: Global.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Los autores que publican en esta revista concuerdan con los siguientes términos:
a) Los (los) autores (s) conservan los derechos de autor y conceden a la revista el derecho de primera publicación, siendo el trabajo simultáneamente licenciado bajo la Licencia Creative Commons de Atribución-No Comercial 4.0, lo que permite compartir el trabajo con reconocimiento de la autoría del trabajo y publicación inicial en esta revista.
b) Los autores (a) tienen autorización para asumir contratos adicionales por separado, para distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicada en esta revista (por ejemplo, publicar en repositorio institucional o como capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y reconocimiento publicación inicial en esta revista.
c) Los autores tienen permiso y se les anima a publicar y distribuir su trabajo en línea (por ejemplo, en repositorios institucionales o en su página personal) después del proceso editorial, ya que esto puede generar cambios productivos, así como aumentar el impacto y la citación del trabajo publicado (ver el efecto del acceso libre).
d) Los (as) autores (as) de los trabajos aprobados autorizan la revista a, después de la publicación, ceder su contenido para reproducción en indexadores de contenido, bibliotecas virtuales y similares.
e) Los (as) autores (as) asumen que los textos sometidos a la publicación son de su creación original, responsabilizándose enteramente por su contenido en caso de eventual impugnación por parte de terceros.