Quando as lembranças doem:
a casa da infância em Vermelho amargo, de Bartolomeu Campos de Queirós
DOI:
https://doi.org/10.1590/2316-4018483Abstract
Última obra de Bartolomeu Campos de Queirós, a novela Vermelho amargo (2011) chama a atenção por sua forma e conteúdo. A capa da primeira edição da Cosac Naify, em vermelho escuro, sem a vida que caracteriza o tom púrpura, anuncia o teor doloroso da narrativa, que é um misto de prosa poética memorialista e escrita autobiográfica. As imagens da infância abrem-se como feridas mal curadas, e o leitor tem a oportunidade de desvendar a potência do verbo poético ao encarar essas chagas de frente. Assim, no presente artigo, pretende-se discorrer sobre a escrita autobiográfica e a narrativa memorialista, além de analisar a obra de modo a evidenciar a imagem da casa como constructo da consciência. Tais temas terão o aporte teórico de Gaston Bachelard, principalmente em suas reflexões sobre a poética do espaço relacionado à primeira casa, considerada local de formação das subjetividades do ser.
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