A estética contemporânea:
nova poética, novo olhar
DOI:
https://doi.org/10.1590/S2316-40182012000100012Resumo
O chamado Pós-Modernismo no Brasil, como na maioria dos países do mundo ocidental, é um fenômeno multifacetado, repleto de indeterminação. Um dos aspectos desse panorama é a desconfiança das estruturas discursivas pretensamente estáveis que pareciam caracterizar a linguagem modernista, a consciência da precariedade dos fundamentos e determinações, disseminando-se então na ideia de errância, de dispersão, de insuficiência do pensamento dialético de suporte racionalista-iluminista. Essa atitude tende a produzir uma estética do estranhamento, em que a literatura parece inclinar-se a se configurar como uma atividade singular, um ato indiferenciado daquele que escreve, no avesso obscuro e silencioso da linguagem. Este texto pretende empreender uma reflexão sobre como essa dispersão de saberes, e suas relações com o poder de dizer se processam em algumas obras já canônicas da literatura brasileira contemporânea, e como essa condição parece determinar uma nova maneira de se olhar essa literatura, subvertendo os saberes, as formas, os gêneros, os conceitos que até um certo momento nos bastavam para enquadrar o texto literário.
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