O paraíso é bem bacana:

a última “teogonia às avessas” de André Sant’Anna

Autores

  • Ângela Maria Dias

Resumo

O mundo vazio de deuses de André Sant’Anna, no seu último enredo sobre um atentado terrorista, é constituído como encenação da mesma violência à linguagem. A tresloucada e caudalosa história de Mané, talvez o personagem mais derrotado da literatura brasileira, certamente pode ser interpretada a partir da noção de literatura menor, concebida por Deleuze e Guattari para considerar, segundo a experiência de Kafka, "o nômade e o imigrado e o cigano de sua própria língua". A pobreza, a banalidade e o caráter chulo do estilo, somados à platitude intelectual dos personagens, configuram uma enunciação coletiva e genérica, um jargão iletrado ou semiletrado, do qual nem o narrador escapa. A abjeção social da cidade pequena e sem perspectivas e da vulgaridade das paixões plana desterritorializada em todos os espaços e caracteriza todos os comportamentos.

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Referências

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Publicado

01/03/2011

Como Citar

Dias, Ângela M. (2011). O paraíso é bem bacana:: a última “teogonia às avessas” de André Sant’Anna. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (33), 157–170. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/estudos/article/view/9591

Edição

Seção

Seção Tema Livre