Mãos que dançam e traduzem:
poemas em língua brasileira de sinais
DOI:
https://doi.org/10.1590/10.1590/2316-4018547Resumo
O presente artigo apresenta uma pesquisa que buscou explorar um baú de poemas em língua brasileira de sinais (Libras) que fizeram e fazem parte da história da comunidade surda brasileira. Utilizamos a imagem de um baú como forma de trazer os poemas e selecionar as preciosidades e antiguidades que são guardadas no baú, relacionando os poemas sinalizados com a ideia de riquezas dessa comunidade. O problema de pesquisa que acompanhou o desenvolvimento da investigação foi: de que modo a língua de sinais é utilizada em poemas e quais os temas mais frequentes? Em outras palavras, o que dizem os poemas e de que modo? A partir desses questionamentos, o objetivo foi analisar o uso da língua de sinais e as temáticas privilegiadas nos poemas selecionados. A metodologia utilizada para o desenvolvimento da pesquisa consistiu em uma análise qualitativa, considerando a utilização da bricolagem em pesquisas na área da educação, com ênfase no uso da língua de sinais por surdos em poemas sinalizados. Para isso, foram analisados dois poemas registrados em vídeos, com posterior tradução de Libras para o português, a fim de viabilizar a descrição e análise do material e registrar recorrências encontradas. Como resultado, apontamos que os poemas analisados têm relação com temas da comunidade surda, tais como a formação de surdos (em “O balé das mãos”) e os intérpretes de Libras (em “Dia dos intérpretes”) e linguisticamente salientam formas de produção artística em língua de sinais.
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