Quando as lembranças doem:

a casa da infância em Vermelho amargo, de Bartolomeu Campos de Queirós

Autores

  • Marcela Verônica da Silva Universidade Estadual Paulista

DOI:

https://doi.org/10.1590/2316-4018483

Resumo

Última obra de Bartolomeu Campos de Queirós, a novela Vermelho amargo (2011) chama a atenção por sua forma e conteúdo. A capa da primeira edição da Cosac Naify, em vermelho escuro, sem a vida que caracteriza o tom púrpura, anuncia o teor doloroso da narrativa, que é um misto de prosa poética memorialista e escrita autobiográfica. As imagens da infância abrem-se como feridas mal curadas, e o leitor tem a oportunidade de desvendar a potência do verbo poético ao encarar essas chagas de frente. Assim, no presente artigo, pretende-se discorrer sobre a escrita autobiográfica e a narrativa memorialista, além de analisar a obra de modo a evidenciar a imagem da casa como constructo da consciência. Tais temas terão o aporte teórico de Gaston Bachelard, principalmente em suas reflexões sobre a poética do espaço relacionado à primeira casa, considerada local de formação das subjetividades do ser.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ARAÚJO, Pedro Galas (2011). Trato desfeito: o revés autobiográfico na literatura contemporânea brasileira. 2011. Dissertação (Mestrado em Literatura) ”“Departamento de Teoria Literária e Literaturas, Instituto de Letras da Universidade de Brasília, Brasília.

BACHELARD, Gaston (1994). A dialética da duração. Tradução de Marcelo Coelho. São Paulo: Ática.

BACHELARD, Gaston (1989). A poética do espaço. Tradução de Antônio de Pádua Danese. São Paulo: Martins Fontes.

BACHELARD, Gaston (2001). O ar e os sonhos: ensaio sobre a imaginação do movimento. Tradução de Antônio de Pádua Danesi. São Paulo: Martins Fontes.

CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain (1982). Dicionário de símbolos. Tradução de Vera da Costa e Silva et al. 14 ed. Rio de Janeiro: José Olympio.

CORTÁZAR, Julio (2006). Valise de cronópio. Tradução de Davi Arrigucci Jr. e João Alexandre Barbosa. São Paulo: Perspectiva.

LEJEUNE, Philippe (2008). O pacto autobiográfico: de Rousseau à internet. Tradução de Jovita Maria Gerheim Noronha. Belo Horizonte: Editora UFMG.

LOPES, Eliane Marta Teixeira (2003). Memórias e estudos autobiográficos. História e Educação, Pelotas, n. 14, p. 47-61, set. Disponível em: <http://www.seer.ufrgs.br/asphe/article/viewFile/30221/pdf>. Acesso em: 27 jan. 2015.

MIRAUX, Jean-Philippe (2005). La autobiografía: las escrituras del yo. Buenos Aires: Nueva Visión.

PORTO, Patrícia de Cássia Pereira (2011). Narrativas memorialísticas: memória e literatura. Revista Contemporânea de Educação, Rio de Janeiro, n. 12, ago.-dez. Disponível em: <http://goo.gl/AP7cXx>. Acesso em: 26 jan. 2015.

SCHØLLHAMMER, Karl Erik (2009). Ficção brasileira contemporânea. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

SOUZA, Raquel R. (2012). Chaves para ler as Memórias Inventadas, de Manoel de Barros. Revista Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, Brasília, n. 40, jul.-dez. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/elbc/n40/a07n40.pdf>. Acesso em: 28 jan. 2015.

PROUST, Marcel (1982). No caminho de Swann. Tradução de Mário Quintana. São Paulo: Abril Cultural.

QUEIRÓS, Bartolomeu Campos de (2011). Vermelho amargo. São Paulo: Cosac Naify.

TODOROV, Tzvetan (2000). Los abusos de la memória. Barcelona: Paidós.

Downloads

Publicado

05/27/2016

Como Citar

Silva, M. V. da. (2016). Quando as lembranças doem:: a casa da infância em Vermelho amargo, de Bartolomeu Campos de Queirós. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (48), 49–66. https://doi.org/10.1590/2316-4018483

Edição

Seção

Seção Temática