Legados da Guerrilha do Araguaia (1972-1974)
resistência camponesa frente ao agronegócio e permanência de formas-conteúdo
DOI:
https://doi.org/10.26512/2236-56562024e50114Palabras clave:
Guerrilha do Araguaia, Conflitos fundiários, Luta por reforma agrária, Sindicalismo rural, Materialidades, 50 BISResumen
O combate à Guerrilha do Araguaia, conflito ocorrido no Sul do Pará entre 1972 e 1974, em plena Ditadura Militar (1964-1985), guarda nexos até o presente em localidades diferentes das dos destacamentos A, B e C. Assim sendo, objetiva-se refletir sobre o que representou a Guerrilha do Araguaia e qual o seu legado para o Sudeste do Pará, Oeste Maranhense e Bico do Papagaio Tocantinense no que concerne à organização e à luta dos trabalhadores rurais. Para isso, além da revisão bibliográfica (que vai de artigos científicos a documentos de época e relatos de ex-guerrilheiros por meio de cartas), houve a realização de trabalho de campo por onde antes passaram os militantes do PCdoB, empregando, então, entrevistas semiestruturadas com lideranças locais e/ou indivíduos que tomaram contato com a repressão dos militares. Para maior aprofundamento, as influências da Guerrilha do Araguaia são trazidas para a atualidade à luz do enfrentamento ao agronegócio na área de divisa Pará-Maranhão-Tocantins e as rugosidades, formas-conteúdo que se mantêm na paisagem como resquícios da repressão e do silêncio pelo medo, são expostas, com destaque para o 50 BIS (50º Batalhão de Infantaria de Selva), exemplo visitado na pesquisa de campo.
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