IDENTIDADE CAMPONESA E PRODUÇÃO AGROECOLÓGICA: POSSIBILIDADES E LIMITES NO ASSENTAMENTO CUNHA EM CIDADE OCIDENTAL, GO
DOI:
https://doi.org/10.26512/2236-56562015e40027Palabras clave:
agroecologia, campesinato, identidade camponesa, conhecimento camponêsResumen
Este artigo tem o objetivo de analisar até que ponto a identidade camponesa ofereceu possibilidades para a territorialização da produção agroecológica no Assentamento Cunha. Para isso, foram realizadas pesquisa bibliográfica e de campo, com aplicação de entrevista estruturada e semi-estruturada. Os resultados apontam mudanças na identidade camponesa, pois dezesseis núcleos familiares tomam decisões coletivas sobre o trabalho e quatro mulheres dirigem as parcelas. Além disso, cinquenta e sete entrevistados viveram a infância e juventude no campo e parte da vida adulta em centros urbanos. Não obstante, vinte e oito interlocutores destacam a presença de relações de ajuda mútua no assentamento, 53% entendem que a terra garante a reprodução camponesa, 18% percebem a terra como unidade sociedade/natureza, sendo que trinta e sete famílias afirmam que os filhos acompanham os pais nas atividades laborais. Contudo, também se agrava a problemática da sucessão rural, vinte e três famílias têm membros idosos, sendo que 28% dos assentados estão nessa faixa etária e 44% das famílias estão no estágio final de existência. Mas a territorialização da produção agroecológica, também foi potencializada pela reciprocidade camponesa, com as relações de troca de conhecimentos, de técnicas e de sementes. Já o conhecimento camponês contribuiu com a produção de adubos, com a seleção de sementes, com o manejo das espécies “praga”, entre outros processos. Diante disso, a monopolização do assentamento pelo capital, ocasiona a migração de mão-de-obra, o que acarreta em prejuízos a produção agroecológica.
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