Peter Finke. Die Ökologie des Wissens: Exkursionen in eine Gefährdete Landschaft. Freiburg: Verlag Karl Alber, 2005 - Artigo-resenha
Mots-clés :
epistemologia, ciência, ecologia, linguagem, terminologia, criatividadeRésumé
Neste artigo dá-se a conhecer uma obra do ecolinguista, ecólogo e epistemólogo alemão Peter Finke, intitulada Die Ökologie des Wissens. Exkursionen in eine gefährdete Landschaft. Na mesma linha de livros mais recentes do autor, esta obra, mais aprofundada, aborda um sistema social fortemente condicionante das sociedades contemporâneas: a ciência. Importa que, em ecolinguística, distingamos ciência do conceito mais vasto de saber (Wissen), revalorizando o papel dos indivíduos na sua construção. Urge ter em conta o modo como é utilizada a linguagem no contexto da ciência, sem esquecer a ancoragem deste instrumento cognoscitivo na própria natureza, como missing link entre natureza e cultura, e sem menosprezar algo que é inerente aos ecossistemas: a criatividade. Escolhendo o ponto de vista e terminologia da ecologia (e não tanto o ponto de vista da física) para perspetivar o modo como a ciência é praticada nas instituições académicas, inventaria os fatores externos e internos que a condicionam, bem como o papel dos que nela intervêm, seja para construir, para consumir ou mesmo para destruir saber. Não passa despercebida a crítica à instrumentalização duma certa ciência por poderes políticos ou económicos, assim como às consequências ambientais negativas de algumas aquisições científicas, pugnando em simultâneo (o autor assume que o saber se encontra ameaçado) por uma ciência também pré-paradigmática, ou mesmo não paradigmática, que tome em conta tudo aquilo que contribui para o surgimento do saber, e não apenas uma metodologia, sem todavia abandonar o domínio da racionalidade, que deve ser frutificado pela ética e pela lógica.
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