Encenação e encarnação: a trajetória das macumbas no cinema brasileiro dos anos 1960
Mots-clés :
Cinema Brasileiro. Macumba. Mitologia.Résumé
Neste artigo é traçado um panorama da macumba no cinema brasileiro dos anos 1960. A análise escolhe a título de objeto de pesquisa filmes de realizadores como Glauber Rocha, Anselmo Duarte e José Mojica Marins, observando em suas obras formas de encenação e encarnação das mitologias de matriz afro-ameríndia nas telas. Pretende-se observar a circulação de elementos sonoros, visuais e narrativos que transitam dos terreiros às telas, e vice-versa, partindo da macumba enquanto espaço de saberes e artes, traduzidos para o meio cinematográfico. Neste cenário, a pesquisa investiga o cinema de corpo fechado que atravessou o campo de batalha do contexto brasileiro dos anos 1960, assentado nas estripulias da cultura popular. Trata-se de um cinema encantado pelas mandingas, trilhado nas encruzilhadas e encarnado nas telas.
Téléchargements
Références
ASTRUC, Alexandre. Nascimento de uma nova vanguarda: a caméra-stylo. Tradução: Matheus Cartaxo. L’écran français, nº 144, 1948.
BARCINSKI, André. Maldito: a biografia. Rio de Janeiro: Darkside Books, 2015.
BERNARDET, Jean-Claude. Cineastas e imagens do povo. São Paulo: Brasiliense, 1985.
BERNARDET, Jean-Claude. Brasil em tempo de cinema: ensaio sobre o cinema brasileiro de 1958 a 1966. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
DRAVET, Florence; CASTRO, Gustavo de. O imaginário do mal no cinema brasileiro: as figuras abjetas da sociedade e seu modo de circulação. Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação, E-Compós, Brasília, v. 17, n. 1, jan/abr, 2014.
FERREIRA, Jairo. Cinema de Invenção. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2016.
GOMES, Paulo Emílio Sales. Cinema: trajetória no subdesenvolvimento. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
PRANDI, Reginaldo. O Brasil com Axé: candomblé e umbanda no mercado religioso. Estudos Avançados 18 (52), 2004.
PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos Orixás. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
ROCHA, Glauber. Cartas ao Mundo. Org. Ivana Bentes. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
RODRIGUES, João Carlos. O Negro Brasileiro e o Cinema. Rio de Janeiro: Pallas, 2001.
SIMAS, Luiz Antonio; RUFINO, Luiz. Fogo no mato: a ciência encantada das macumbas. Rio de Janeiro: Mórula, 2018.
XAVIER, Ismail. O Cinema Brasileiro Moderno. São Paulo: Paz e Terra, 2006.
XAVIER, Ismail. Sertão Mar: Glauber Rocha e a Estética da Fome. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
Filmografia
À Meia Noite Levarei Sua Alma. Direção: José Mojica Marins. Produção: Arildo Iruam, Geraldo Martins, Ilídio Martins. São Paulo (SP), 1964.
A Falecida. Direção: Leon Hirszman. Produção: Aloísio Leite Garcia, Joffre Rodrigues. Rio de Janeiro (RJ), 1964.
Bahia de Todos os Santos. Direção: Trigueirinho Neto. Produção: Trigueirinho Neto. São Paulo (SP), 1960.
Barravento. Direção: Glauber Rocha. Produção: Braga Netto, David Singer, Rex Schindler, Roberto Pires. Salvador (BA), 1962.
Deus e o Diabo na Terra do Sol. Direção: Glauber Rocha. Produção: Glauber Rocha, Jarbas Barbosa, Luíz Augusto Mendes, Luiz Paulino dos Santos. Rio de Janeiro (RJ), 1964.
Garrincha - Alegria do Povo. Direção: Joaquim Pedro de Andrade. Produção: Luiz Carlos Barreto. Rio de Janeiro (RJ), 1962.
O Pagador de Promessas. Direção: Anselmo Duarte. Produção: Oswaldo Massaini. São Paulo (SP), Cinedistri, 1962.
Rio 40 Graus. Direção: Nelson Pereira dos Santos. Produção: Mário Barroso, Ciro Freire Cúri, Loius-Henri Guitton, Pedro Kosinski, Nelson Pereira dos Santos. Rio de Janeiro (RJ), 1955.
Subterrâneos do Futebol. Direção: Maurice Capovilla. Produção: Thomas Farkas. São Paulo (SP), 1965.
Viramundo. Direção: Geraldo Sarno. Produção: Thomas Farkas. São Paulo (SP), 1965.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution - Pas d'Utilisation Commerciale - Pas de Modification 4.0 International.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
3.png)
