A microtoponímia nas interações indivíduo-mundo e indivíduo-indivíduo
Abstract
Um dos principais objetivos deste artigo é discutir os nomes que os membros de uma pequena comunidade de fala do interior de Minas Gerais dão a aspectos de seu entorno tais como colinas, bosques, árvores, córregos, enfim, todo acidente geográfico que de alguma forma chame a atenção. Seguindo a teoria e a metodologia da Linguística Ecossistêmica, o ensaio mostra que os nomes nascem devido à necessidade que os locais têm de se comunicar sobre esses acidentes. Nesse processo, mostra-se a dupla face das interações ecológicas: interações organismo-mundo e interações organismo-organismo. Linguístico-ecossistemicamente, as primeiras são a referência; as segundas, a comunicação. As pessoas se referem a algo fora da linguagem se comunicando e se comunicam referindo-se a algo fora da linguagem. O artigo mostra adicionalmente o processo onomasiológico de surgimento das palavras e sua confirmação semasiológica, inclusive nos chamados “pronomes” que, na verdade, ontogenética e filogeneticamente são depois substituídos por “nomes”.
Downloads
References
ARAÚJO, Gilberto Paulino de. O conhecimento etnobotânico dos kalunga: uma relação entre língua e meio ambiente. Tese de doutorado, UnB, 2014. Disponível em:
http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/16472/1/2014_GilbertoPaulinodeAraújo.pdf
CASTRO, Maria Célia D. O homem, o lugar e a língua: uma investigação da influência antroponímica na toponímia maranhense. In: COUTO, Elza; ALBUQUERQUE, Davi (orgs.), 2015, p. 30-43.
COUTO, Hildo Honório do. O falar capelinhense: uma visão sociolinguística. Londrina: EUL, 1974. Disponível em http://aarvinha.blogspot.com/2018/02/o-falar-capelinhense-uma-visao.html (2018).
_______. Uma introdução à semiótica. Rio de Janeiro: Presença Edições, 1983.
_______. Introdução ao estudo das línguas crioulas e pidgins. Brasília: Editora da UnB, 1996.
_______. Ecolinguística: estudo das relações entre língua e meio ambiente. Brasília: Thesaurus, 2007.
_______. A linguística ecossistêmica. Ecolinguística: revista brasileira de ecologia e linguagem (ECO-REBEL) v. 1, n. 1, 2015, p. 47-81. Disponível em:
http://periodicos.unb.br/index.php/erbel/article/view/9967/8800
_______. Comunidade de fala revisitada. Ecolinguístia: revista brasileira de ecologia e linguagem (ECO-REBEL), v. 2, n. 2, 2016, p. 59-75. Disponível em:
http://periodicos.unb.br/index.php/erbel/article/view/9690/8558
_______. A metodologia na linguística ecossistêmica. Ecolinguística: revista brasileira de ecologia e linguagem (ECO-REBEL) v. 4, n. 2, 2018, p. 18-33. Disponível em:
http://periodicos.unb.br/index.php/erbel/article/view/12355/10835
COUTO, Elza; ALBUQUERQUE, Davi (orgs.). Linguística ecossistêmica e análise do discurso ecológica. Brasília: Thesaurus, 2015.
COWLEY, Stephen. Bio-ecology and language: a necessary unity. Language sciences v. 4, 2014, p. 60-70.
DAMÁSIO, António. O mistério da consciência. São Paulo: Companhia das Letras, 4a reimpressão, 2002.
GARNER, Mark. Language: an ecological view. Berna: Peter Lang, 2004.
HOLM, John. Pidgins and creoles I. Cambridge: Cambridge University Press, 1988.
JÄRVILEHTO, Timo. the theory of the organism-environment system: I. Description of the theory. Integrative Physiological and Behavioral Science v. 33, n. 4, 1998, p. 321-334.
KRAVCHENKO, Alexandr V. Prolegomena to a new language science. Ðктуальные проблемы филологии и педагогичеÑкой лингвиÑтики, v. 2, 2016. С. 7””14. Владикавказ: Изд. СОГУ им. К.Л.Хетагурова
LAYCOCK, Donald C. Materials in New Guinea Pidgin. Canberra: Pacific Linguistics, 1970.
MATURANA, Humberto; VARELA, Francisco. A árvore do conhecimento. São Paulo: Palas Athena, 1988.
NASH, Joshua. Placenames and Ecolinguistics: Some Considerations for Toponymists. Arbeiten aus Anglistik und Amerikanistik - AAA, Band 40, Heft 1-2, 2015, p. 67-71.
ODUM, Eugene P. 1975. Ecologia. São Paulo: Pioneira/INL/MEC, 2ª. ed.
POTTIER, Bernard. Systématique des éléments de relation: étude de morphosyntaxe structurale romane. Paris: Librairie Klincksieck, 1962.
PREZIOSI, Donald. Towards a relational theory of culture. The third LACUS Forum. Columbia, S.C.: Hornbeam Press, 1977, p. 278-286.
RATZEL, Friedrich. 1923. Politische Geographie. Munique: Oldendurg (original de 1897).
SAPIR, Edward. 2016. Língua e ambiente. In: COUTO, Hildo; COUTO, Elza; ARAÚJO, Gilberto; ALBUQUERQUE, Davi (orgs.). O paradigma ecológico para as ciências da linguagem: ensaios ecolinguísticos clássicos e contemporâneos. Goiânia: Editora da UFG, 2016, p. 35-55.
SEBEOK, Thomas. Estruturas zoo-semióticas. Revista de cultura Vozes 5, 1973, p. 11-22.
SEMPLE, Ellen Churchill. Influences of geographic environment. N. York: Henry Rolt & Company, 1941 (original de 1911).
SIQUEIRA, Kênia Mara F. Do Vai-Vem passando Entre Rios até Ipameri (GO): Considerações acerca da mudança toponímica. In: COUTO, Elza; ALBUQUERQUE, Davi (orgs.), 2015, p. 12-29.
TINBERGEN, N. On aims and methods of ethology. Zeitschrift für Tierpsychologie v. 20, 1963, p. 410-433.
WILSON, Edward Osborne. Sociobiology. Cambridge, Mass.: The Belknap Press, 1980.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2020 Ecolinguística: Revista brasileira de ecologia e linguagem (ECO-REBEL)
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Authors who publish in this journal agree to the following terms:
Authors retain copyright and grant the journal the right of first publication. The work is simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution License allowing the sharing of the work with acknowledgment of the authorship of the work and initial publication in this journal.
Authors are authorized to enter into additional contracts separately for non-exclusive distribution of the version of the work published in this journal (e.g., publishing in institutional repositories or as book chapters), with acknowledgment of authorship and initial publication in this journal.
Authors are allowed and encouraged to post and distribute their work online (e.g., in institutional repositories or on their personal page) at any point before or during the editorial process, as this can bring about productive revisions as well as increase impact.
Citation of published works (See The Effect of Free Access).