Fonologia Ecossistêmica
Palabras clave:
endoecologia linguística, linguística ecossistêmica, sistemas dinâmicos, gesto articulatório.Resumen
Os estudos tradicionais sobre os sons das línguas abordam a fala humana e a sua padronização sob duas visões distintas: a de uma atividade biomecânica e física, com os articuladores movendo-se continuamente no tempo e provocando resultados acústicos perceptíveis pelo ouvido humano (fonética); e outra de uma atividade mental e cognitiva, na qual há a escolha de uma sequência de sons limitados pelo inventário da língua para produzir significado (fonologia). Contudo, com a premissa de que a língua é um ecossistema cujo comportamento emerge da interação de seus vários elementos de maneira holística, torna-se impossível dissociar esses dois campos aparentemente distintos, uma vez que eles compõem um único sistema. Este trabalho utiliza como ponto de partida os pressupostos teóricos da Linguística Ecossistêmica e da Teoria de Sistemas Dinâmicos para argumentar a favor e uma Fonologia Ecossistêmica em que as tradicionais fonética e a fonologia são vistas como duas dimensões descritivas, microscópica e macroscópica, de um mesmo sistema. Para tanto, será demonstrado que o Gesto Articulatório cumpre o papel de unidade fonológica mínima mais efetivamente do que o fonema, por incorporar as duas dimensões em uma mesma unidade e por ter uma natureza dinâmica, emergentista, holística, não-linear e implementacional.
Descargas
Citas
ALBANO, E. C. O gesto e suas bordas: esboço de fonologia acústico-articulatória do português brasileiro. Campinas: Mercado das Letras, 2001.
BARBOSA, P. A. Incursões em torno do ritmo da fala. Pontes, 2006.
BECKNER, C.; BLYTHE, R.; BYBEE, J.; et al. Language is a complex adaptive system: Position paper. Language Learning, v. 59, n. s1, p. 1”“26, 2009. Wiley Online Library.
BEST, C. T. The emergence of native-language phonological influences in infants: A perceptual assimilation model. The development of speech perception: The transition from speech sounds to spoken words, v. 167, p. 167”“224, 1994.
BOT, K. DE; LOWIE, W.; VERSPOOR, M. A dynamic systems theory approach to second language acquisition. Bilingualism language and cognition, v. 10, n. 1, p. 7, 2007.
BROWMAN, C. P.; GOLDSTEIN, L. Gestural structures and phonological patterns. Haskins Laboratories Status Report on Speech Research, p. 1”“23, 1989.
_______. Tiers in articulatory phonology, with some implications for casual speech. Papers in laboratory phonology I: Between the grammar and physics of speech, p. 341”“376, 1990.
_______. Articulatory phonology: An overview. Phonetica, v. 49, n. 3-4, p. 155”“180, 1992.
_______. Dynamics and articulatory phonology. Mind as motion, p. 175”“193, 1995.
_______ M. Towards an articulatory phonology. Phonology, v. 3, n. 01, p. 219”“252, 1986. Cambridge Univ Press.
BYBEE, J. Phonological evidence for exemplar storage of multiword sequences. Studies in Second Language Acquisition, v. 24, n. 02, p. 215”“221, 2002. Cambridge Univ Press.
BYBEE, J. Phonology and language use. Cambridge University Press, 2003.
CHOMSKY, N.; HALLE, M. The sound pattern of English. , 1968.
COUTO, H. H. Linguística Ecossistêmica. Ecolinguística: Revista brasileira de ecologia e linguagem, v. 1, n. 1, p. 39”“62, 2015.
_______, H. H. DO. Ecolinguística: estudo das relações entre língua e meio ambiente. Thesaurus Editora, 2007.
CRISTÓFARO SILVA, T. Descartando fonemas: a representação mental da fonologia de uso. In: D. Hora; G. Collischonn (Eds.); Teoria linguística: fonologia e outros temas, 2003. João Pessoa: Editora Universitária.
_______. Fonologia probabilística: estudos de caso do português brasileiro. Lingua (gem), v. 2, n. 2, p. 223”“248, 2005.
_______. Fonética e fonologia: perspectivas complementares. Estudos das Língua (gem), v. 3, p. 25”“40, 2006a.
_______. Modelos multirrepresentacionais em fonologia. Os fatos da linguagem, esse conjunto nheteróclito. Araraquara: Laboratório Editorial da FCL, p. 171”“185, 2006b.
_______.; GOMES, C. A. Aquisição fonológica na perspectiva multirepresentacional. Letras de Hoje [peri{ó}dico na internet], v. 42, n. 1, p. 179”“191, 2007.
_______.; LEITE, C. Padrões sonoros emergentes: (oclusiva alveolar+ sibilante) no português brasileiro. Caderno de Letras, , n. 24, p. 15”“36, 2015.
FLEGE, J. E. Second language speech learning: Theory, findings, and problems. In: W. Strange (Ed.); Speech perception and linguistic experience: Issues in cross-language research. p.233”“277, 1995. Baltimore: York Press.
FLEGE, J. E. Language contact in bilingualism: Phonetic system interactions. Laboratory phonology, v. 9, p. 353”“382, 2007.
GARNER, M. Language ecology as linguistic theory. Kajian Linguistik dan Sastra, v. 17, n. 33, p. 91”“101, 2005.
GOLDSMITH, J. A. Autosegmental and metrical phonology. Blackwell Oxford, 1990.
JANNEDY, S.; HAY, J.; BOD, R. Probabilistic linguistics. MIT Press, 2003.
JOHNSON, K. Acoustics and auditory phonetics. Malden: Blackwell Publishing, 1997.
KEATING, P. A. The phonology-phonetics interface. UCLA Working Papers in Phonetics, p. 45”“60, 1996.
KELSO, J. A. S.; SALTZMAN, E. L.; TULLER, B. The dynamical perspective on speech production: Data and theory. Journal of Phonetics, v. 14, n. 1, p. 29”“59, 1986. DTIC Document.
KRAMSCH, C.; STEFFENSEN, S. V. Ecological perspectives on second language acquisition and socialization. Encyclopedia of language and education. p.2595”“2606, 2008. Mew York: Springer US.
KUHL, P. Human adults and human infants show a “perceptual magnet effect” for the prototypes of speech categories, monkeys do not. Perception & psychophysics, v. 50, n. 2, p. 93”“107, 1991.
KUHL, P. K.; CONBOY, B. T.; COFFEY-CORINA, S.; et al. Phonetic learning as a pathway to language: new data and native language magnet theory expanded (NLM-e). Philosophical Transactions of the Royal Society B: Biological Sciences, v. 363, n. 1493, p. 979”“1000, 2008.
LARSEN-FREEMAN, D. Chaos/complexity science and second language acquisition. Applied linguistics, v. 18, n. 2, p. 141”“165, 1997.
LEATHER, J. Phonological issues in language learning. Blackwell, 1999.
PENNINGTON, M. C. Phonology in context. Palgrave Macmillan, 2007.
PIERREHUMBERT, J. Phonological and phonetic representation. Journal of phonetics, v. 18, n. 3, p. 375”“394, 1990.
_______. Stochastic phonology. Glot International, v. 5, n. 6, p. 195”“207, 2001a. Citeseer.
_______. Exemplar dynamics: Word frequency, lenition and contrast. Frequency and the emergence of linguistic structure, ed. by Joan Bybee and Paul Hopper, 137-57. , 2001b. Amsterdam: John Benjamins.
_______. Word-specific phonetics. Mouton de Gruyter Berlin, 2002.
_______. Phonetic diversity, statistical learning, and acquisition of phonology. Language and speech, v. 46, n. 2-3, p. 115”“154, 2003. SAGE Publications.
SILVA, A. H. P. Pela incorporação de informação fonética aos modelos fonológicos. Revista Letras, v. 60, p. 319”“333, 2003.
STEVENS, K. N. The quantal nature of speech: Evidence from articulatory-acoustic data. In: E. E. DAVID JR; P. B. DENES (Eds.); Human Communication: a unified view. p.51”“66, 1972. New York: McGraw-Hill.
VIEIRA, M. J. B.; CRISTÓFARO-SILVA, T. Redução Vocálica en postônica final. Revista da ABRALIN, v. 14, n. 1, 2015.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).