Língua, comunidade e pluricentrismo à luz da Ecolinguística

Autores

  • Davi Albuquerque NELIM/ GEPLE

Palavras-chave:

Ecolinguística; Linguística Ecossistêmica; Comunidade de fala; Pluricentrismo.

Resumo

A Ecolinguística apresenta diversas teorias, ramificações, metodologias e faz interface com diversas áreas do conhecimento, sendo a Linguística e a Ecologia as principais. Porém, a Ecolinguística mesmo sendo elaborada como uma alternativa, bem como uma crítica a certas visões e práticas vigentes no mundo atual, tanto científicas, quanto socioeconômicas, ainda continua sendo mal-vista ou desconhecida por parte dos pesquisadores. No presente artigo, emprega-se a Linguística Ecossistêmica por diversos fatores, sendo o principal: essa vertente possuir relação íntima com a Ecologia Biológica. Para não haver críticas ou equívocos, faz-se necessário uma introdução explicativa a respeito da disciplina, deixando claro os seguintes aspectos da Ecolinguística: a definição, os níveis de atuação e a terminologia, o que será feito na seção (1). Na seção seguinte, em (2), serão apontados os conceitos de língua, interação e comunidade de fala dentro da Ecolinguística. Na seção (3), serão apresentadas as noções de pluricentrismo e acentrismo também sob uma perspectiva da Ecolinguística, sendo que ambos estão relacionados com a interação e a comunidade de fala. Finalmente, na seção (4), serão tecidas algumas considerações finais a respeito da Ecolinguística como uma nova maneira de estudar as línguas, de se encarar as ciências e de se enxergar o mundo, ou seja, esta disciplina possui muito a ser desenvolvido ainda, por ser relativamente recente, bem como a contribuir para a comunidade científica e para nossa sociedade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Davi Albuquerque, NELIM/ GEPLE

Doutor em Linguística pela Universidade de Brasília (UnB). Membro do NELIM (Núcleo de Estudos de Ecolinguística e Imaginário), da Universidade Federal de Goiás (UFG), e do GEPLE (Grupo de Estudos de Linguística Ecossistêmica), da Universidade de Brasília (UnB).

Referências

ALBUQUERQUE, D. B. A língua portuguesa em Timor-Leste: uma abordagem ecolinguística. Tese (Doutorado em Linguística). Universidade de Brasília, Brasília, 2014.

_____. Palavras iniciais sobre a metodologia em ecolinguística. Via Litterae, v. 7, n. 1, p. 131-142, 2015.

_____. A ecolinguística e a dinâmica das línguas em Timor-Leste. In: COUTO, E. K. N. et al. (org.). Linguística Ecossistêmica - 10 Anos de Ecolinguística no Brasil. Campinas-SP: Pontes Editora, 2017. p. 191-204.

_____. A ecologia da interação comunicativa: metodologia e análise. ECO-REBEL – Revista Brasileira de Ecologia e Linguagem, v.6, n.1, p.124–154, 2020.

ARAÚJO, G. P. 10 anos de ecolinguística no Brasil: percurso de sua afirmação como área dos estudos linguísticos em nosso país. In: COUTO, E. K. N. et al. (org.). Linguística Ecossistêmica - 10 Anos de Ecolinguística no Brasil. Campinas-SP: Pontes Editora, 2017. p. 65-82.

BANG, J. C.; DØØR, J. Language, Ecology and Society. A Dialectical Approach. Londres: Continuum, 2007.

_____. Ecolinguística: um enquadramento conceitual. ECO-REBEL – Revista Brasileira de Ecologia e Linguagem, v.1, n.2, p. 74-93, 2015.

BANG, J. C.; TRAMPE, W. Aspects of an ecological theory of language. Language Sciences, v. 41, p. 83-92, 2014.

BASTARDAS-BOADA, A. The Ecology of Language Contact. Minority and Majority Languages. FILL, A.; PENZ, H. (ed.). The Routledge Handbook of Ecolinguistics. Londres: Routledge, 2017. p. 26-39.

BATORÉO, H. J. Que gramática(s) temos para estudar o Português língua pluricêntrica? Revista Diadorim, v. 16, p. 1-15, 2014.

BATORÉO, H. J.; CASADINHO, M. O Português – uma língua pluricêntrica. O Caso de Timor-Leste. Revista Portuguesa de Humanidades, v. 13, n. 01, p. 63-79, 2009.

CALVET, L-J. Pour une écologie des langues du monde. Paris: Plon, 1999.

_____. Quels fondements pour une écologie des langues?. ECO-REBEL – Revista Brasileira de Ecologia e Linguagem, v.2, n.2, p. 19-35, 2016.

CLYNE, M. Pluricentric languages. Introduction. In: CLYNE, M. (ed.). Pluricentric Languages: differing norms in different nations. Berlin: Mountoun de Gruyter, 1992. p. 1-10.

COUTO, H. H. Ecolinguística. Estudo das relações entre língua e meio ambiente. Brasília: Thesaurus, 2007.

_____. O que vem a ser ecolinguística, afinal? Cadernos de Linguagem & Sociedade, v. 14, n. 1, p. 275-313, 2013.

_____. Linguística ecossistêmica. ECO-REBEL – Revista Brasileira de Ecologia e Linguagem, v. 01, n. 01, p. 47-81, 2015.

_____. Comunidade de fala revisitada. ECO-REBEL – Revista Brasileira de Ecologia e Linguagem, v. 02, n. 02, p. 49-72, 2016a.

_____. Linguística ecossistêmica. In: COUTO, H. H. et al. (org.) O paradigma ecológico para as ciências da linguagem: ensaios clássicos e contemporâneos. Goiânia: Editora da UFG, 2016b. p. 209-262.

_____. A metodologia na linguística ecossistêmica. ECO-REBEL – Revista Brasileira de Ecologia e Linguagem, v. 04, n. 02, p. 18-33, 2018.

COUTO, E. K. N. Dez anos de ecolinguística no Brasil: inovações e reinterpretações. In: COUTO, E. K. N. et al. (org.). Linguística Ecossistêmica - 10 Anos de Ecolinguística no Brasil. Campinas-SP: Pontes Editora, 2017. p. 45-64.

FILL, A; MÜHLHÄUSLER, P. Introduction. In: FILL, A; MÜHLHÄUSLER, P. (ed.). The ecolinguistics reader. Language, Ecology and Environment. Londres: Continuum, 2001. p. 1-9.

FILL, A.; PENZ; H. Ecolinguistics in the 21st Century. New Orientations and Future Directions. In: FILL, A.; PENZ; H. (ed.). The Routledge Handbook of Ecolinguistics. Londres: Routledge, 2017. p. 437-443.

FINKE, P. The ecology of science and its consequences for the ecology of language. Language Sciences, v. 41, p. 71-82, 2014.

_____. Transdisciplinary Linguistics. Ecolinguistics as a Pacemaker into a New Scientific Age. In: FILL, A.; PENZ; H. (ed.). The Routledge Handbook of Ecolinguistics. Londres: Routledge, 2017. p. 406-419.

GARNER, M. Language: An Ecological View. Oxford: Peter Lang, 2004.

_____. Language rules and language ecology. Language Sciences, v. 41, p. 111-121, 2014.

_____. Ecologia da língua como teoria linguística. ECO-REBEL – Revista Brasileira de Ecologia e Linguagem, v.1, n.2, p. 55-68, 2015.

GUMPERZ, J. J. Introduction to part IV. In: GUMPERZ, J. J.; LEVINSON, S. C. (Ed.). Rethinking linguistic relativity. Cambridge: Cambridge University Press, 1996. p. 359-373.

HALLIDAY, M. A. K. New ways of meaning: The challenge of applied linguistics. In: FILL, A; MÜHLHÄUSLER, P. (ed.). The ecolinguistics reader. Language, Ecology and Environment. Londres: Continuum, 2001 [1990]. p. 175-202.

HAUGEN, E. The Ecology of language. Stanford: Stanford University Press, 1972.

LABOV, W. Sociolinguistic patterns. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1972.

MAKKAI, A. Ecolinguistics. ¿Toward a New **Paradigm** for the Science of Language? Londres: Pinter Publishers Ltd., 1993.

_____. Porque **Ecolinguística**. ECO-REBEL – Revista Brasileira de Ecologia e Linguagem, v. 1, n.1, p. 22-37, 2015.

_____. Da gramática pragmo-ecológica à ecolinguística (1973-1993). ECO-REBEL – Revista Brasileira de Ecologia e Linguagem, v.2, n.2, p. 44-48, 2016.

MEYERHOFF, M. Communities of practice. In: CHAMBERS, J. K.; TRUDGILL, P.; SCHILLINGESTES, N. (Ed.). Handbook of variation and change. Oxford: Blackwell, 2004. p. 526-548.

MILROY, L. Social networks: communities of practice. In: CHAMBERS, J. K.; TRUDGILL, P.; SCHILLINGESTES, N. (eds.). Handbook of variation and change. Oxford: Blackwell, 2004, p. 549-572.

MÜHLHÄUSLER, P. Language of environment, environment of language: a course in ecolinguistics. Londres: Battlebridge, 2003.

_____. Pensando ecologicamente. ECO-REBEL – Revista Brasileira de Ecologia e Linguagem, v.2, n.1, p. 71-74, 2016.

_____. Ecologia das línguas. ECO-REBEL – Revista Brasileira de Ecologia e Linguagem, v.3, n.2, p. 85-88, 2017.

MUFWENE, S. The ecology of language evolution. Cambridge: Cambridge University Press, 2001.

_____. Language Evolution. Contact, Competition and Change. Londres: Continuum, 2008.

MUFWENE, S.; VIGOUROUX, C. Individuals, populations, and timespace. Perspectives on the ecology of language revisited. Language Ecology, v.1, n.1, p.75-102, 2017.

NASH, J. Insular Toponymies. Pristine Place-naming on Norfolk Island, South Pacific and Dudley Peninsula, Kangaroo Island. Amsterdam: John Benjamins Publishing, 2013.

ODUM, E. P. Fundamentals of Ecology. Philadelphia: W. B. Saunders Company, 1971.

ROMAINE, S. What is a speech community? In: Sociolinguistic. Variation in speech communities. London: Edward Arnold, 1980. p. 13-24.

SCHMALTZ NETO, G. F. Vale do Amanhecer como comunidade de fala: Uma visão ecolinguística. Tese (Doutorado em Linguística). Universidade de Brasília, Brasília, 2017.

SILVA, A. S. Variação linguística e pluricentrismo: novos conceitos e descrições. Actas do XIII Congreso Internacional de Lingüística Xeral. Vigo: 2018. p. 838-845.

SILVA, A. S.; TORRES, A.; GONÇALVES, M. (Orgs.) Línguas Pluricêntricas. Variação Linguística e Dimensões Sociocognitivas. Braga: Aletheia, 2011.

TRAMPE, W. Ökologische Linguistik. Grundlagen einer ökologischen Wissenschafts- und Sprachtheorie. Opladen: Westdeutscher Verlag, 1990.

_____. Ökosysteme und Sprache-Welt-Systeme, in: FILL, A. (ed.). Sprachökologie und Ökolinguistik. Tübingen: Stauffenberg, 1996. p. 59-75.

_____. Sobre o papel da linguagem nos sistemas ecológicos antropogênicos. ECO-REBEL – Revista Brasileira de Ecologia e Linguagem, v.2, n.1, p.39-56, 2016.

URYU, M.; STEFFENSEN, S.; KRAMSCH, C. The ecology of intercultural interaction: timescales, temporal ranges and identity dynamics. Language Sciences, v.41, n.1, p. 41-59, 2014.

Downloads

Publicado

2021-08-17

Como Citar

Albuquerque, D. . (2021). Língua, comunidade e pluricentrismo à luz da Ecolinguística. Ecolinguística: Revista Brasileira De Ecologia E Linguagem (ECO-REBEL), 7(2), 101–122. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/erbel/article/view/39374

Edição

Seção

Artigos