Toponímia dos municípios de alagoas sob a perspectiva da ecolinguística

Autores

  • Kênia Mara de Freitas Siqueira POSLLI/UEG/GEPLE
  • Eraldo Medeiros Costa Neto UEFS/CNPq
  • Gilberto Paulino de Araújo UFT/GEPLE/NELIM/SOLEDUC/Etnobiologia e Patrimônio Biocultural

Palavras-chave:

Ecolinguística. Toponomástica. Topônimos.

Resumo

o presente trabalho apresenta uma análise ecossistêmica dos topônimos alagoanos. O estudo do processo de nomeação dos 102 municípios teve como base as relações entre língua (L), povo/população (P) e território (T). Do ponto de vista teórico-metodológico, a abordagem foi realizada sob a perspectiva da Ecolinguística/Linguística Ecossistêmica (COUTO, 2016 e 2007) em interação com a Toponomástica (Cueva, 2015), Dick (1990), Martínez Lema (2010), Solís (1997) e Piel (1979). Além disso, recorreu-se à Biderman (2001) para auxiliar na categorização de alguns nomes compostos. A revisão bibliográfica pautou-se, também, em trabalhos toponímicos cuja fundamentação baseia-se na Ecolinguística, tais como Siqueira (2015, 2014), Castro (2017) e Silva (2020). O levantamento dos dados foi realizado por meio de consultas ao site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dentre os resultados, pode-se salientar que há uma estreita relação entre os locativos e os respectivos lugares nomeados, o que traz à mente não apenas a referência aos lugares como também o ambiente. Dito de outro modo, no processo de nomeação dos lugares, há fatores motivadores que refletem aspectos do(s) meio(s) ambiente(s) que compõe(m) o ecossistema linguístico.

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Biografia do Autor

Kênia Mara de Freitas Siqueira, POSLLI/UEG/GEPLE

Possui graduação em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia Bernardo Sayão (1984), graduação em Letras pela Faculdade Estadual Celso Inocêncio de Oliveira (1998); mestrado e doutorado em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Goiás (2003), (2010) respectivamente. Atualmente, é docente ensino superior da Universidade Estadual de Goiás, atuando principalmente nas áreas de Linguística Textual, estudos do Léxico e Onomástica, com enfoque nos estudos toponímicos do Estado de Goiás e ênfase principalmente na relação língua/cultura e território. Realiza também estudos textuais discursivos do conto goiano, sob aporte teórico da Semiótica Discursiva vertente greimasiana. Professora do Programa de Pós-Graduação em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI/UEG). Estágio Pós-doutoral em Linguística pela Universidade de Brasília. É membro da Academia Piresina de Letras e Arte (APLA).

Eraldo Medeiros Costa Neto, UEFS/CNPq

Licenciado em Biologia pela Universidade Federal de Alagoas (1994), mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal de Alagoas (1998) e doutor em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos (2003). Professor Pleno da Universidade Estadual de Feira de Santana, onde desde 1995 atua na disciplina Etnobiologia. Foi diretor da UEFS Editora no período de 2010 a 2020. Autor de mais de 100 artigos e de mais de 10 livros. Tem experiência nos seguintes temas: etnozoologia, etnoentomologia, conhecimentos tradicionais, uso de insetos, zooterapia, herança biocultural, ecologia espiritual e práticas bioxamânicas.

Gilberto Paulino de Araújo, UFT/GEPLE/NELIM/SOLEDUC/Etnobiologia e Patrimônio Biocultural

Licenciado em Letras pela Universidade de Brasília (UnB). Especialista em Educação e Gestão Ambiental pelo Centro de Desenvolvimento Sustentável - CDS/UnB. Mestre em Ciência Política: Direitos Humanos, Violência e Cidadania pelo Centro Universitário Euroamericano - Dissertação "Política Nacional de Educação Ambiental: aplicação e implicações na ARIE JK". Doutor em Linguística pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística - PPGL/UnB: Área de Concentração: Linguagem e Sociedade. Tese: O conhecimento etnobotânico dos Kalunga: uma relação entre língua e meio ambiente. Pós-Doutorado em Ecologia e Evolução: linha de pesquisa: Etnoecologia - Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Professor do Curso de Licenciatura em Educação do Campo - Universidade Federal do Tocantins - Câmpus Arraias. Membro dos seguintes grupos certificados pelo CNPq: Grupo de Estudos e Pesquisas em Linguística Ecossistêmica (GEPLE/UnB); Núcleo de Estudos de Ecolinguística e Imaginário (NELIM/UFG); Sociolinguística, Letramento e Educação (SOLEDUC/FUP-UnB); Etnobiologia e Patrimônio Biocultural (UEFS).

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Publicado

2021-12-29

Como Citar

Siqueira, K. M. de F., Neto, E. M. C. ., & Araújo, G. P. de . (2021). Toponímia dos municípios de alagoas sob a perspectiva da ecolinguística. Ecolinguística: Revista Brasileira De Ecologia E Linguagem (ECO-REBEL), 7(3), 55–80. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/erbel/article/view/41393

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Artigos