Uma (pequena) Hist´oria do Tempo
DOI:
https://doi.org/10.26512/e-bfis.v3i6.9821Keywords:
time; formalism; relativity theory.Abstract
The concept of time has a long history, which has its roots in the classical period, where it is possible to identify, particularly from the Aristotle’s work, three closely related concepts: psychological time, physical time and cosmological time. As for the history of physical time, it must be understood as a quest for improvement and for the close relationship of three other aspects: its measure, its conceptualization properly speaking - particularly related to the notion of continuity - and its formal aspect, given by mathematization, which begins in the modern period. This improvement appears to have had a defining moment when the medieval philosophy turned to the quantification of various concepts - especially with the calculators of the Merton College - which, in case time, was possible with the adoption (or rescue) of the algebra, which improved upon the concept of movement, particularly speed, and indirectly that of time. But if this improvement constituted a legacy for contemporary physics, the history of recent science reveals new links: the relationship between these three aspects - measure, conceptualization and formalism- now derive from the founding principles of relativity theory and its underlying mathematical structure.
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References
[2] Plat˜ao. Timeu-Di´alogos, vol. XI. Trad. C. A. Nunes, Bel´em: Universidade Federal do Par´a, 1977.
[3] “[A divindade] pensou em compor uma imagem m´ovel da eternidade e (...) fez da eternidade que perdura na unidade essa imagem eterna que se movimenta de acordo com o n´umero a que chamamos tempo”, Plat˜ao, Timeu, 37d ([2], p. 53).
[4] “[Para Anax´agoras] todas as coisas estavam juntos e em repouso em um tempo infinito; a inteligˆencia introduziu o movimento e as separou”. Arist´oteles, F´Ä±sica VIII, 250, em [5].
[5] Arist´oteles. Physique, in Toutes les aeuvres majeures d’Aristote. Trad. J.B. Saint-Hilaire, A. Pierron, C. Zevort. e-artnow. https://librairie.immateriel.fr/fr/bibliotheque, 2013.
[6] “O mesmo mundo alternadamente nasce e se destr´oi, e nasce de novo e se destr´oi novamente; e essa sucess˜ao ´e eterna, como diz Emp´edocles (...)”. Simpl´Ä±cio, Coment´arios sobre o Tratado do c´eu de Arist´oteles, 293, 18, em [7], p. 106.
[7] J. P. Dumont, Elementos de Hist´oria da Filosofia Antiga. Trad. G.M. Rodrigues. Bras´Ä±lia: Editora UnB, 2004.
[8] Arist´oteles ganhou essa denomina¸c˜ao por ter nascido em Estagira, na Macedˆonia.
[9] “Porque o tempo ´e justamente isso: o n´umero do movimento, segundo o antes e o depois”. Arist´oteles, F´Ä±sica, IV, 219, em [5].
[10] “Como temos dito, o tempo ´e medido pelo movimento (...); ent˜ao o movimento circular ´e a medida por excelˆencia, porque seu n´umero ´e o mais conhecido. Nem a altera¸c˜ao, nem o aumento, nem a gera¸c˜ao s˜ao uniformes, somente o deslocamento. Por isso se diz que o tempo ´e o movimento da esfera [celeste], porque por este s˜ao medidos os demais movimentos e o tempo por esse movimento”. Arist´oteles, F´Ä±sica, IV, 223, em [5].
[11] “Tampouco devemos atribuir ao tempo outro predicado qualquer e adotar outro termo como se tivesse a mesma essˆencia contida na significa¸c˜ao pr´opria da palavra ‘tempo’, mas principalmente devemos refletir sobre aquilo a que atribu´Ä±mos esse car´ater peculiar do tempo e com que o medimos” [12].
[12] D. Laertios, Vidas e Doutrinas dos Fil´osofos Ilustres. Trad. M. Gama Cury. Bras´Ä±lia: Editora UnB, 2008.
[13] “Que fazia Deus antes de criar o c´eu e a terra? (...) N˜ao houve tempo nenhum em que n˜ao fiz´esseis alguma coisa, pois faz´Ä±eis o pr´oprio tempo”. Agostinho, Confiss˜oes, XI, 14 ([14], p. 237).
[14] Augustine. St. Augustine’s Confessions. The Loeb Classical Library, with an English translation by W. Watts, vol. 2. New York: The Macmillan Co., 1912.
[15] Essa ´e uma quest˜ao complexa, pois em Hes´Ä±odo o universo pode ter se originado do “caos”, no¸c˜ao n˜ao muito esclarecida at´e hoje, e Plat˜ao prop˜oe um deus artes˜ao, o Demiurgo, moldando o universo a partir de uma mat´eria amorfa. De toda maneira, a no¸c˜ao de um universo criado a partir de nada era objeto de cr´Ä±tica no pensamento grego.
[16] Parte importante das cr´Ä±ticas aos trabalhos de Arist´oteles deveu-se `a condena¸c˜ao pela Igreja `a sua obra, em 1210 e 1277.
[17] Descartes, Principes de la philosophie, partie IV, in AT, IX, 201 . Paolo Rossi dedica um breve cap´Ä±tulo de seu livro Aux origines de la science moderne ([18], p. 249-63) para mostrar as dificuldades para se determinar uma idade para a Terra, particularmente em face das descobertas de f´osseis j´a conhecidas na ´epoca de Arist´oteles. Vale lembrar que em 1658 o arcebispo de Armagh, James Ushher, baseado na B´Ä±blia, determinou a cria¸c˜ao do mundo em 23 de outubro de 4004 a.C. .
[18] P. Rossi, Aux origines de la Science moderne. Paris : Editions du Seuil, 1999. ´
[19] “Se nada que n˜ao seja a alma (...) pode enumerar (...), resulta imposs´Ä±vel a existˆencia do tempo se m a existˆencia da alma”. Arist´oteles, F´Ä±sica, IV, 225, in Arist´oteles, 2013.
[20] Descartes, Meditations, III, 48, em [21], IX, 35.
[21] C. AT. Adam et P. Tannery, Oeuvres de Descartes. Vol I-XI. Paris: Vrin, 1996.
[22] Descartes, Principes de la philosophie, I, 57, em [21], IX, 49.
[23] Merzbach (p. 31) [1] estima que a matem´atica desenvolvida na mesopotˆamia no primeiro milˆenio j´a conhecia os rudimentos da ´algebra.
[24] Com essa express˜ao pode-se compreender a nega¸c˜ao do v´acuo por Arist´oteles, pois resultaria numa velocidade infinita.
[25] A. C. Crombie, Augustine to Galileo: The History of Science A.D. 400-1650. Cambridge: Harvard University Press, 1959.
[26] Podemos tamb´em subordinar os princ´Ä±pios e seus invariantes as simetrias associadas aos sistemas f´Ä±sicos, pois, ap´os Noether sabemos que a uma simetria pode-se associar uma quantidade conservada.
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