As armas da imprensa em 1838: o desenjoativo teatral vs. atalaia nacional dos teatros

Auteurs-es

  • Rita Martins Universidade de Lisboa

DOI :

https://doi.org/10.26512/dramaturgias.vi12.28688

Mots-clés :

Jornais. Século xix. O Desenjoativo Teatral. Atalaia Nacional dos Teatros.

Résumé

O forte impacto do teatro na vida social e política de Oitocentos, concomitante com a “explosão” da imprensa periódica portuguesa, traduz-se na ampliação do espaço mediático dedicado aos espectáculos e aos artistas. Embora a investigação de hoje não dispense a consulta dos jornais da época, essas fontes não são, habitualmente, questionadas. Por sua vez, a desconfiança da historiografia em relação ao periodismo tem condicionado uma problematização fértil da produção jornalística.

Este artigo foca a rivalidade de dois jornais, ambos fundados em 1838: O Desenjoativo Teatral: Jornal Recreativo e Moral (Lisboa, Junho a Setembro de 1838, 16 números) e Atalaia Nacional dos Teatros (Lisboa, 28 de Junho a 26 de Agosto de 1838, bissemanal, 18 números). Se o primeiro promove o Teatro do Salitre, recuperado pelo ator Dias com apoio de António Feliciano de Castilho, o segundo faz a apologia do Teatro da Rua dos Condes e do seu diretor Émile Doux, contando com a colaboração de Almeida Garrett. Propõe- se aqui uma análise do debate em redor da regeneração do teatro nacional através do discurso jornalístico, tendo em conta a utilização da imprensa como veículo de informação e como instrumento de manipulação. O radical antagonismo entre os dois jornais, que dá azo a um “motim teatral” na imprensa, permite destacar com clareza as estratégias discursivas dos polemistas. O estudo conduz a algumas considerações sobre o movimento periodístico, enquanto testemunho apaixonado e enquanto memória das paixões que subjazem e afetam os eventos históricos.

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Références

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Publié-e

2019-12-16

Comment citer

Martins, R. (2019). As armas da imprensa em 1838: o desenjoativo teatral vs. atalaia nacional dos teatros. Dramaturgias, (12), 14–29. https://doi.org/10.26512/dramaturgias.vi12.28688