Alma, morte e imortalidade
DOI:
https://doi.org/10.14195/1984-249X_17_6Resumo
Os diálogos de Platão são grandes representações teatrais. Representações em que se põe em cena sobretudo algo que nenhum dos tragediógrafos ou dos comediógrafos gregos se atrevera a tratar antes de Platão: a filosofia. Cada diálogo é, por conseguinte, uma obra teatral que trata um tema, ou muitos temas, da filosofia, aquela “filosofia” que precisamente com Platão recebeu a sua primeira e poderosa conotação. O Fédon foi, como é natural, interpretado das mais variadas formas. O que acontece é que, no Fédon, há, sim, a perspetiva das ideias contraposta à de um puro e simples empirismo; há, sim, a proclamação da imortalidade da alma; há, sim, incongruências lógicas e argumentativas: mas para alcançar o sentido disto tudo é preciso abandonar precisamente a pretensão de encontrar no Fédon um tratado de filosofia. É mister lê-lo, então, como uma obra teatral que põe em cena uma situação singular ”“ o último dia da vida de Sócrates ”“ com personagens singulares que discutem a filosofia, do que para eles é a filosofia. E discutem ”“ é realmente isto que Platão põe em cena ”“ com toda a complexidade dos sentimentos que à s vezes experimentam: prazer e dor, lágrimas, sorrisos e gargalhadas, queixumes e comoção. Neste último dia, na cela de Sócrates representa-se em síntese toda a vida desses homens.
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