A restituição de objetos e coleções aos povos indígenas brasileiros

Autores

DOI:

https://doi.org/10.4000/aa.11789

Palavras-chave:

restituição de objetos, indígenas, divulgação científica

Resumo

A reivindicação de “levar de volta para casa” seus objetos culturais por parte dos indígenas no Brasil não é uma prática recente. Embora tenha sido mais pontual no passado, atualmente, observa-se um movimento que tem ganhado dimensões mais amplas no contexto das políticas patrimoniais. Isso envolve atitudes de lideranças e intelectuais indígenas, bem como suas redes de parcerias no campo jurídico, nas relações internacionais e nas instituições de guarda de acervos, como museus, universidades e agências governamentais, exemplificadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM).

Eu apresentarei dois casos de restituição de objetos indígenas que podem exemplificar, no Brasil, como os processos da chamada “restituição” estão inseridos no contexto cultural de cada povo indígena como protagonista na busca de seus direitos culturais. Ao mesmo tempo, esses processos desenvolvem uma cadeia de ações e atores sociais que vinculam instituições, agências, leis, conflitos internos, protocolos museológicos, a mídia e a opinião pública.

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Biografia do Autor

Manuel Lima Filho, Universidade Federal de Goiás

Doutor em Antropologia Social pela Universidade de Brasília (1998). Realizou estágio pós-doutoral sênior no Museu Nacional (UFRJ) em 2014-2015. É diretor do Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás (UFG), Consultor do Comitê de Patrimônio e Museus da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e representante da ABA no Comitê gestor de museus do IBRAM/MINc.

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Publicado

2023-12-27

Como Citar

Filho, Manuel Lima. 2023. “A restituição De Objetos E coleções Aos Povos indígenas Brasileiros”. Anuário Antropológico 48 (3):219-27. https://doi.org/10.4000/aa.11789.

Edição

Seção

Manuscrito de divulgação científica