Parentesco e transformação social em sociedades modernas
Algumas considerações sobre o modelo francês contemporâneo
Keywords:
AntropologiaAbstract
Parentesco, enquanto domínio específico da vida social, deixa, como sabemos, de prefigurar um modelo totalizante das relações sociais já nos sistemas ditos indiferenciados. Nestes últimos, as relações sociais integrariam uma dimensão sistêmica, na medida em que se considerassem, simultaneamente ao parentesco, os direitos fund’ários (Cf. Lévi-Strauss, 1967, p. 122). Ou, como afirma, particularmente, Louis Dumont, o caráter sistêmico dessas relações se revelaria na medida em que se considerasse o parentesco simultaneamente aos direitos sobre o solo. E, por outro lado, ainda segundo este autor, o sistema virtualmente existente no interior dessa configuração só poderia ser compreendido através da elaboração de uma teoria ad hoc, específica a cada sociedade estudada (Dumont, 1971, p. 119). Ambas as afirmações nos levariam a supor, em todo o caso, que as grandes sínteses operadas por nossa disciplina (em particular a teoria da aliança e a teoria dos grupos de filiação) seriam, aqui, de uma eficácia extremamente relativa cuja aplicação suporia, evidentemente, novas mediações de ordem teórica.
Downloads
References
ARENSBERG, C. e S. KIMBALL. Family and Community in Ireland. Cambridge, Harvard University Press, 1948. p. 87.
BERNOT, L. e R BLANCARD. Nouville, Village Français. Paris, Instituí d’Ethnologie. 1953.
BOURDIEU, P. Les stratégies matrimoniales dans le systéme de reproduction. Annales, 27, N .° 4-5-, 1972.
BURGUIÈRE, A. Bretons de Plozévet. Paris, 1975.
CHIVA, I. Quelques études sur la parenté en Europe. Revue d’Études Rurales, N ° 73 (janeiro-março), 1979.
DUMONT, L. In trod u c tion à Deux Théories d’A nthropologie Sociale. Paris, Mouton, 1971.
DURKHEIM, E. Les règles de la méthode sociologique. Paris, PUF, 1937.
FOSSIER, R. Histoire Sociale de VOccident Médiéval. Paris, A. Colin, 1970.
FIRTH, R., G. HUBERT e A. FORGE. Families and th e ir Relatives. K in sh ip in a Middle Class Section o f London. An Anthropological Study. Londres, Rutledge & Kegan Paul, 1969.
FREEMAN, J. D. On the concept of kindred. Journal o f the Royal Anthropological Institute, Vol. 91, 1961.
GIRARD, A. Le choix du conjoint. Paris, PUF, 1974. Paris, PUF, 1974
GOODY, J. The classification of double descent systems. Current Anthropology, Vol. 2, N.° 1, 1961.
HÉRITIER, F. Les dogmes ne meurent pas. Autrement, N.° 3, Paris, 1975.
JOLAS, T. Y. VERDIER e F. Zonabend. Parler Familie. L ’Homme, X (3), 1970.
KARNOOUH, C. L ’étranger ou le faux inconnu. Essai sur la définition d’autrui dans un village lorrain. Revue d’Ethnologie Frangaise, I I N.° 1-2, 1972.
LÉVI-STRAUSS. C. Les Structures Élémentaires de la Parenté. Paris, Mouton, 1967.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 1981 Anuário Antropológico
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode.en
Creative Commons - Atribución- 4.0 Internacional - CC BY 4.0
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/legalcode.en