O vício inerente

fronteiras materiais, simbólicas e morais nas apostas do turfe

Autores

  • Romulo Labronici

DOI:

https://doi.org/10.4000/aa.2813

Palavras-chave:

Turfe, vício, jogo, apostas, estigma

Resumo

Apesar da popularidade da prática de apostas no turfe esta atividade aponta para uma fronteira moral inserida em suas estruturas. Durante a realização das corridas de cavalos um sinal de alerta é constantemente acionado para com os limites que cada indivíduo possui com as apostas. Aqui, busca-se compreender como a categoria “vício” [no jogo] é imputada de valores estigmatizantes, acusatórios, em dois espaços distintos. O primeiro organizado para a realização de apostas em comparação com outros espaços onde se prega a abstinência desta atividade. Refiro-me aqui as “casas de jogo” e dos encontros regulares de grupos de autoajuda denominados de Jogadores Anônimos (J.A.). A comparação busca compreender as disputas sobre a moral do jogo como um “campo” nos moldes de Bourdieu (2004) a partir da construção de narrativas que vão apresentar o jogo como uma atividade mais ou menos perigosa.

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Publicado

2018-07-12

Como Citar

Labronici, Romulo. 2018. “O vício Inerente: Fronteiras Materiais, simbólicas E Morais Nas Apostas Do Turfe”. Anuário Antropológico 43 (1):67. https://doi.org/10.4000/aa.2813.