Olhares e perspectivas que fabricam a diversidade do passado e do presente
por uma arqueologia etnográfica das bacias dos rios Trombetas e Nhamundá
Palavras-chave:
Etnologia, Amazônia, Arqueologia, Guiana, CaribeResumo
O artigo discute as possibilidades de colaboração entre etnologia e arqueologia, a partir de uma análise dos processos de formação, concentração e dispersão dos grupos indígenas do complexo cultural Tarumã-Parukoto (que hoje ocupam a região de fronteira entre Brasil, Guiana e Suriname). Nesta região da Amazônia e alhures, dificilmente podemos delimitar onde começa e termina as fronteiras de um grupo social ou étnico e, dessa forma, torna-se quase impossível fazer coincidir precisamente um determinado grupo étnico a um determinado território. Não passado e no presente, as fronteiras fluidas dos grupos, móveis no espaço e no tempo, revelam-se um desafio ainda maior para a perspectiva de trabalho em conjunto entre etnologia e arqueologia.
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