The other side? Das implicações morais de certos horizontes imaginativos na África do Sul

Autores

  • Laura Moutinho

Palavras-chave:

Eugène Terre’Blanche, militarização, raça, gênero, África do Sul

Resumo

O objetivo deste artigo é explorar a linguagem que constrói a biografia de um conhecido líder nacionalista africânder que lutou contra o fim do apartheid, na África do Sul. Eugène Terre’Blanche ”” my side of the story pretende-se um testemunho e um retrato de e para um povo em sua luta para “manter a sua identidade e a sua liberdade”. Na análise dessa narrativa, percorro os usos e os significados, tanto políticos quanto éticos, das ideias de tragédia e de sofrimento no sentido de dar inteligibilidade a um cenário que se coloca contra os direitos humanos, mas que retém um particular sentido de humano. As ideias-chave que delineiam as fronteiras dessa complexa cena são raça e religião, gênero e militarismo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ADHIKARI, Mohamed. 2006. “Hope, Fear, Shame, Frustration: Continuity and Change in the Expression of Coloured Identity in White Supremacist South Africa, 1910”“1994”. Journal of Southern African Studies, 32(3):467-487.
AGAMBEN, Giorgio. 2008. O que resta de Auschwitz: o arquivo e a testemunha (Homo Sacer III). São Paulo: Boitempo.
ALEXANDER, McGill. 2000. “The militarisation of South African white society, 1948-1990”. Scientia Militaria, South African Journal of Military Studies, 30(2):267-289.
ARENDT, Hannah. 1989. Origens do totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras.
BRAZ DIAS, Juliana & LOBO, Andréa de Souza (orgs.). 2012. África em movimento. Brasília: ABA.
CABAÇO, José Luís. 2009. Moçambique: identidade, colonialismo e libertação. São Paulo: Editora Unesp.
COCK, Jacklyn. 1993. “The place of gender in a demilitarisation agenda”. Agenda: Empowering Women for Gender Equity, 9(16):49-55.
_______. 2004. “Rethinking militarism in post-apartheid South Africa”. Crisis States Programme. Development Research Center. Working Paper Series, 1:1-19.
CRAPANZANO, Vincent. 2000. Serving the word: literalism in America from the pulpit to the Bench. New York: The New Press.
DAS, Veena. 1999. “Fronteiras, violência e o trabalho do tempo: alguns temas wittgensteinianos”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 14(40):31-42.
_______. 2007. Life and words: violence and the descent into the ordinary. Berkeley/Los Angeles/London: University of California Press.
DÖPCKE, Wolfgang. 1998. “Uma nova política exterior depois do apartheid? Reflexões sobre as relações regionais da África do Sul, 1974”“1998”. Revista Brasileira de Política Internacional, 41(1):132-160.
DOUGLAS, Mary. 1966. Pureza e perigo. São Paulo: Perspectiva.
FOUCAULT, Michel. 1979. Microfísica do Poder. Org. Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal.
GEFFRAY, Christian. 1991. A causa das armas em Moçambique: antropologia da guerra contemporânea. Porto: Afrontamento.
GILIOMEE, Hermann. 2003. The Afrikaneres: biography of a people. South Africa: Tafelberg.
HYSLOP, Jonathan. 1995. “White working-class women and the invention of Apartheid: ‘purified’ afrikaner nationalist agitation for legislation against ‘mixed’ marriages, 19341939”. Journal of African History, 36:57-81.
LOPES, Pedro & MOUTINHO, Laura. 2012. “Uma Nação de Onze Línguas? Diversidade social e linguística nas novas configurações de poder na África do Sul”. Revista TOMO, 20:27-58.
McCLINTOCK, Anne. 2010. Couro imperial: raça, gênero e sexualidade no embate colonial. Campinas: Editora Unicamp.
MOUTINHO, Laura. 2004a. Razão, “cor” e desejo: uma análise comparativa sobre relacionamentos afetivo-sexuais “inter-raciais” no Brasil e na África do Sul. São Paulo: Editora Unesp.
_______. 2004b. “Sexualidade, raça e direitos na África do Sul: primeiras reflexões”. In: Adriana Piscitelli, Maria Filomena Gregori & Sérgio Carrara (orgs.). Sexualidade e saberes: convenções e fronteiras. Rio de Janeiro: Garamond. pp. 345-363
_______. (org.). 2010. Special Issue: Race and Sexuality in Different National Contexts ”“ Brazil and South Africa. Sexuality Research and Social Policy, 7(4).
_______. 2012. “Sobre danos, dores e reparações: The Moral Regeneration Movement ”” controvérsias morais e tensões religiosas na ordem moral sul-africana”. In: Wilson Trajano Filho (org.). Travessias antropológicas: estudos em contextos africanos. Brasília: ABA. pp. 275-296.
_______. 2014. “Sob a ótica do feminino: raça e nação, ressentimentos e (re)negociações na África do Sul pós-apartheid”. In: Alexandre Werneck & Luís Roberto Cardoso de Oliveira (orgs.). Pensando bem: estudos de sociologia e antropologia da moral. Rio de Janeiro: Casa da Palavra. pp. 150-170.
MOUTINHO, Laura & CARRARA, Sérgio (orgs.). 2010. Dossiê Raça e Sexualidade em Diferentes Contextos. Cadernos Pagu, 35.
RIBEIRO, Luis Fernando Rosa. 1995. Apartheid e democracia racial: South Africa and Brazil in contrast. Tese de Doutorado, Universidade de Utrecht.
ROSS, Fiona. 2006. “La elaboración de uma Memoria Nacional: la Comisión de Verdad y Reconciliación de Sudáfrica”. Cuadernos de Antropología Social, 24 jul./dez.
THOMPSON, Leonard. 2001. A history of South Africa. London: Yale University Press.
TRAJANO FILHO, Wilson. 2008. “O precário equilíbrio entre improvisação e regras: reflexões sobre a cultura política da Guiné-Bissau”. Revista de Antropologia, 51:233-266.
_______. 2011. “Goffman en Afrique: les cortèges des tabancas et les cadres de l’experience”. Cahiers d’Études Africaines, 201:193-236.
TUTU, Desmond. 1999. No future without forgiveness. New York: Doubleday.
WELSH, David. 1995. “Right-wing terrorism in South Africa”. Terrorism and Political Violence, 7(1):239-264.

Downloads

Publicado

2018-02-06

Como Citar

Moutinho, Laura. 2018. “The Other Side? Das implicações Morais De Certos Horizontes Imaginativos Na África Do Sul”. Anuário Antropológico 40 (2):77-97. https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6665.

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.