Vânias e Marluces: violência, gênero e políticas para a Infância e Juventude
DOI:
https://doi.org/10.4000/14qwmPalavras-chave:
Gênero; violência; Estado; Infância e JuventudeResumo
Marluce, 20 anos, moradora da zona oeste do Rio de Janeiro, usuária de drogas, teve um bebê em hospital da rede pública deste município. Após o nascimento, comunicou ao Serviço Social do hospital que iria entregar o recém-nascido para adoção. A Assistente Social fez contato com Vânia, Conselheira Tutelar, para que fosse à procura da família de Marluce, visando demovê-la da decisão. Com base nessa narrativa, busco compreender como a situação vivida por essa parturiente ilumina a reflexão sobre gênero, violência, entrega voluntária, políticas para a Infância e Juventude e os marcadores de raça, classe e território. De que forma, as mulheres, seus corpos, suas capacidades reprodutivas, suas recusas ao exercício da maternidade são assuntos de Estado? Como as injunções morais, as diretrizes coercitivas e o controle sobre a decisão de Marluce possibilitam refletir sobre as tecnologias de controle dos corpos femininos e as produções de parentesco?
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