Vânias e Marluces: violência, gênero e políticas para a Infância e Juventude

Autores

DOI:

https://doi.org/10.4000/14qwm

Palavras-chave:

Gênero; violência; Estado; Infância e Juventude

Resumo

Marluce, 20 anos, moradora da zona oeste do Rio de Janeiro, usuária de drogas, teve um bebê em hospital da rede pública deste município. Após o nascimento, comunicou ao Serviço Social do hospital que iria entregar o recém-nascido para adoção. A Assistente Social fez contato com Vânia, Conselheira Tutelar, para que fosse à procura da família de Marluce, visando demovê-la da decisão. Com base nessa narrativa, busco compreender como a situação vivida por essa parturiente ilumina a reflexão sobre gênero, violência, entrega voluntária, políticas para a Infância e Juventude e os marcadores de raça, classe e território. De que forma, as mulheres, seus corpos, suas capacidades reprodutivas, suas recusas ao exercício da maternidade são assuntos de Estado? Como as injunções morais, as diretrizes coercitivas e o controle sobre a decisão de Marluce possibilitam refletir sobre as tecnologias de controle dos corpos femininos e as produções de parentesco?

 

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Biografia do Autor

Alessandra de Andrade Rinaldi, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Seropédica, RJ, Brasil.

Professora Associada IV no Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, Rio de Janeiro, Brasil. Doutora em Medicina Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

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Publicado

2025-11-24

Como Citar

Rinaldi, Alessandra de Andrade. 2025. “Vânias E Marluces: Violência, Gênero E políticas Para a Infância E Juventude”. Anuário Antropológico 50 (1):e-14qwm. https://doi.org/10.4000/14qwm.